O Brasil detém atualmente a terceira maior população de pets do mundo, com quase 160 milhões de animais. O incremento populacional ganhou novos números na pandemia (30%), quando muitos brasileiros escolheram a companhia, sobretudo de cães e gatos, para enfrentar o período de isolamento social, aponta pesquisa Radar Pet. A mudança na relação entre tutores e bichinhos, cada vez mais mimados, impulsiona negócios que oferecem cuidados e também o mercado veterinário, abrindo possibilidades profissionais.

“Há 40 anos os cães ficavam do lado de fora das casas, muitas vezes apenas como cães de guarda. Hoje, estão no sofá, nas camas, acompanham os donos em viagens e frequentam hotéis e restaurantes pet-friendly”, observa a administradora Andréa Lopes, sócia-proprietária de um centro hospitalar veterinário em Montes Claros, no Norte de Minas.

A empresária destaca que as pessoas encontraram nos pets uma fonte de alegria e energia e que essa mudança na relação impactou diretamente a medicina veterinária. “Antigamente, o veterinário era clínico geral, sem especialidades. Hoje, as pessoas procuram dermatologistas, oftalmologistas, ortopedistas e até neurologistas para seus pets”, afirma. “E essa preocupação com o bem-estar do animal só tende a crescer”.

 

Qualificação abre portas aos profissionais

A coordenadora do curso nas Faculdades Kennedy, Isabella Gruppioni, ressalta que a Medicina Veterinária tem um campo de atuação muito amplo, o que torna essencial que o profissional invista em especializações e qualificações contínuas para conseguir lidar com demandas diversas e não apenas restritas a animais domésticos.

“Com o fenômeno da urbanização e o crescente contato entre humanos e animais, a saúde pública se torna cada vez mais relevante. Isso cria diversas oportunidades para os médicos veterinários em áreas como vigilância epidemiológica, controle de zoonoses e segurança alimentar”, diz a profissional, destacando a qualidade da formação oferecida aos alunos no curso da Kennedy, que está com matrículas abertas.

A comerciante Rejane Kelly Rodrigues Caldeira comprova que a relação dos responsáveis com os pets está cada dia mais próxima e requerendo investimentos. Atualmente, ela e a família cuidam de seis cães de porte médio e pequeno, todos adotados. “Somos contra a compra de animais. E nosso objetivo é garantir qualidade de vida para eles”, admitindo que o custo não é dos menores. “Criamos eles com muita qualidade e o custo é alto. Um dorme com a gente, porque é pequenininho. Os demais dormem no colchão dentro do nosso quarto. É família”.

Ela também menciona o aumento na criação de animais exóticos. “A demanda por macaquinhos, cobras, iguanas e roedores está crescendo. São animais que exigem cuidados específicos e que também vêm ganhando espaço nos lares dos montes-clarenses”, finaliza.

Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), no Brasil a preferência dos tutores é por cães (60 milhões) e gatos (40 milhões). Mas há também quem ame peixes ornamentais (20 milhões).

 

Fonte: Hoje em Dia/com informações de Larissa Durães

 

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