A cidade de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, aprovou uma lei que proíbe alimentar pombos em locais públicos. A medida tem como objetivo conter a superpopulação dessas aves nas áreas urbanas, prevenir doenças, proteger o patrimônio público e privado e melhorar as condições de limpeza da cidade.

A Lei Municipal nº 3.954, sancionada após diversas reclamações de moradores, passou a valer na quarta-feira (13). A norma proíbe alimentar, de forma intencional ou não, os pombos em espaços públicos como praças, parques, calçadas, vias, áreas de lazer e demais locais de uso coletivo. A fiscalização ficará a cargo do Poder Executivo, por meio de seus órgãos competentes.

Segundo o autor do projeto, vereador Ítalo de Majelinha (PSB), a iniciativa surgiu após a constatação de que a prática de alimentar pombos contribui diretamente para o aumento descontrolado da população dessas aves. “Esse projeto veio de diversas reclamações, solicitações ao nosso gabinete. As pessoas observaram, principalmente na Praça da Sé, a alimentação dos pombos. E isso é um problema muito grave”, afirmou o parlamentar.

Além do incômodo visual e do acúmulo de fezes, que prejudicam monumentos, calçadas e fachadas, os pombos representam sérios riscos à saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, essas aves são vetores de doenças como salmonelose, criptococose, histoplasmose, ornitose e até meningite — enfermidades que podem causar sequelas graves ou levar à morte, principalmente em crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.

O problema ganhou ainda mais visibilidade em agosto de 2023, quando o Mariana Country Festival foi cancelado após uma vistoria da Vigilância Sanitária na Arena Mariana. O laudo apontou grande concentração de excrementos de pombo nas arquibancadas, além da presença de ninhos e aves no entorno do ginásio. A Prefeitura de Mariana, à época, afirmou que o local apresentava condições insalubres, o que levou à interdição cautelar de áreas como arquibancadas, palco e lanchonetes.

A nova legislação prevê penalidades progressivas para quem desrespeitar a regra. Na primeira infração, o cidadão receberá advertência por escrito. Em caso de reincidência, será aplicada multa de 50 Unidades Padrão Fiscal do Município (UPFM), com acréscimo de 30% a cada nova infração. Os valores arrecadados com as penalidades serão destinados ao fundo municipal de turismo.

A gente sabe que, infelizmente, se não doer no bolso, muitas vezes as pessoas não respeitam”, comentou o vereador Ítalo, defendendo a aplicação de multas como forma de garantir o cumprimento da norma.

Além da proibição, a Prefeitura realizará campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos sanitários associados à proliferação dos pombos e a importância de não alimentá-los. O Ministério da Saúde também recomenda outras medidas de controle, como:

  • Retirada de ninhos e ovos;

  • Limpeza de fezes com desinfetante e uso de luvas e máscaras;

  • Vedação de buracos em construções;

  • Instalação de telas em janelas e caixas de ar-condicionado;

  • Fechamento adequado do lixo e restos de alimentos;

  • Instalação de grampos em beirais para impedir o pouso das aves.

Conforme o órgão federal, controlar a população de pombos nas cidades é essencial não apenas para a saúde da população, mas também para o bem-estar dos próprios animais. Em ambiente urbano, essas aves vivem em média quatro anos, enquanto em seu habitat natural podem chegar a 15 anos de vida.

A nova lei representa um passo importante para a gestão de saúde pública em Mariana, ao mesmo tempo em que busca preservar o espaço urbano e garantir uma convivência mais saudável entre a população e a fauna local.

Com informações Estado de Minas

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