Pelo menos três partidos políticos nacionais contrataram os serviços da Taxi Aéreo Piracicaba (TAP), empresa que se tornou alvo da Operação Tank, da Polícia Federal, que investiga o uso de aeronaves por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). As informações foram obtidas pelo Metrópoles a partir de prestações de contas e notas fiscais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Contratações e vínculos partidários
De acordo com os dados, a TAP foi contratada por executivas do PT, PSB e Republicanos para fretamento de aeronaves em diferentes ocasiões desde 2020. O PT, por exemplo, contratou a companhia em maio de 2023, gastando R$ 108 mil para fretar um voo que levou a então presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, em uma agenda de mobilização partidária em Minas Gerais. O trajeto incluía os aeroportos de Belo Horizonte, Teófilo Otoni, Montes Claros e Brasília.
O Republicanos também fez uso dos serviços da TAP, com três contratações em 2024, todas para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB). Os voos incluíam rotas como Brasília-Belém-Brasília, Belo Horizonte-São Paulo-Belo Horizonte-Brasília, e Campo Grande-Brasília-Campo Grande.
Já o PSB contratou a companhia em 2022, fretando um voo no valor de R$ 50 mil entre os aeroportos de Congonhas (SP) e Alfenas (MG), com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
A Operação Tank, que apura possíveis conexões entre a TAP e membros do PCC, tem como alvo o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, suspeito de ser proprietário oculto de aeronaves operadas pela companhia. A investigação da PF envolve dois dos principais alvos da operação: Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, que seriam responsáveis pela utilização das aeronaves em atividades ilícitas.
Além disso, a PF também investiga se a empresa estava sendo usada para ocultar movimentações financeiras relacionadas ao PCC nos setores de combustíveis e finanças.
Posicionamentos dos partidos
O PSB se manifestou, defendendo que a contratação dos serviços da TAP foi legal, destacando que todos os pagamentos foram feitos conforme as regras de transparência e devidamente declarados ao TSE, com os comprovantes de pagamento acessíveis no Sistema de Prestação de Contas Anual (SPCA) do tribunal.
O PT e o Republicanos foram contatados pelo Metrópoles para comentar sobre as contratações, mas até a publicação desta matéria não haviam se pronunciado. O espaço continua aberto para manifestações.
A investigação da Polícia Federal e a relação de empresas de transporte aéreo com partidos políticos seguem sendo acompanhadas de perto, à medida que mais informações sobre os vínculos e os contratos sejam divulgadas.
Com informações do Metrópoles