Pesquisadores da Universidade Miguel Hernández de Elche, na Espanha, identificaram um grupo específico de neurônios na amígdala — região do cérebro associada às emoções — como diretamente envolvido no surgimento de sintomas como ansiedade, depressão e isolamento social.

O estudo, publicado em junho na revista científica iScience, demonstrou que a normalização da atividade desses neurônios foi suficiente para reverter comportamentos depressivos em camundongos. Os cientistas observaram que os chamados neurônios de disparo regular, localizados na parte centrolateral da amígdala, tornam-se hiperativos diante do excesso do gene Grik4, responsável por regular receptores de glutamato — substância que transmite sinais entre células cerebrais.

Essa hiperatividade foi associada ao aumento da ansiedade e de comportamentos depressivos nos animais. Ao corrigir a expressão do gene Grik4 apenas em uma região da amígdala, os pesquisadores conseguiram restaurar a função dos neurônios e eliminar os sintomas nos camundongos. Outros tipos de neurônios permaneceram disfuncionais, o que indica que o efeito é altamente específico.

Segundo os autores, os resultados contribuem para a compreensão de como alterações sutis em circuitos cerebrais emocionais podem desencadear transtornos psiquiátricos. Eles acreditam que futuras terapias poderão atuar diretamente nesses neurônios da amígdala, oferecendo tratamentos mais precisos e com menos efeitos colaterais.

Embora a pesquisa tenha sido realizada em animais, os cientistas apontam que a estrutura e a função da amígdala são semelhantes entre espécies, o que sugere que o mecanismo pode se repetir em humanos.

Com informações do Metrópoles

 

 

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