À frente do inquérito que investiga as causas do incêndio que consome a vegetação de savana na APA Alter do Chão, em Santarém, oeste do Pará, o delegado da Especializada de Conflitos Agrários, Fábio Amaral, trabalha com a possibilidade de ação humana, mas sem indício de ato intencional. O incêndio começou no sábado (14).

Alter Chão é uma vila balneária distante 37 quilômetros por via terrestre de Santarém, oeste do Pará, e a 1.373 quilômetros da capital do estado, Belém. O balneário é o principal ponto turístico da região, conhecido como Caribe da Amazônia. Uma das atrações mais procuradas é a Ilha do Amor, de areia branca e água nos tons verde-azul.

“É preciso explicar que um incêndio criminoso pode ser doloso ou culposo. Até agora, não há nenhum indício de dolo nessa queimada, mas que pode sim ter sido causado por ação humana”, observou Fábio Amaral.

Segundo o delegado, na segunda-feira (16), ele e sua equipe caminharam cerca de 6km dentro da área que foi atingida pela queimada, e os vestígios encontrados ao longo do caminho indicam que houve presença humana no local.

“Encontramos latas de carne em conserva, garrafas de bebida alcoólica, vestígio do que poderia ser uma fogueira. Todas as linhas de investigação serão mantidas, mas a gente está com uma linha mais fechada de incêndio com participação humana”, explicou.

Coleta de informações

Fábio Amaral disse que nos locais visitados pela Polícia Civil, vários moradores de comunidades inseridas na APA Alter do Chão, foram ouvidas informalmente, e nenhuma fez relatos sobre atitudes suspeitas próximo os focos de queimada.

“Ouvimos vários populares, em áreas diferentes, e ninguém relatou nenhuma movimentação de pessoas, carros ou atitudes suspeitas. A gente vai ouvir formalmente outras pessoas que já foram intimadas. A gente vai continuar as incursões no local. Felizmente não houve nenhuma casa afetada pelo fogo, mas em algumas áreas o fogo chegou muito próximo às residências”, relatou o delegado.

Sobre os galões encontrados em um galpão próximo à base usada como apoio pelas equipes que estão trabalhando no combate à queimada, o delegado Fábio Amaral disse que ao contrário de boatos que circularam nas redes sociais de que o conteúdo seria combustível, os galões continham água.

 

Fonte: G1 ||
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