Os deputados estaduais de Minas Gerais aprovaram, nesta quarta-feira (30), em primeiro turno, a criação de um programa para combater o assédio e a violência política contra mulheres. O texto recebeu o apoio de 45 deputados.

O texto vai passar por nova rodada de debates nas comissões temáticas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e, depois, estará pronto para a votação definitiva.

O projeto de lei sobre o assunto dá, ao governo de Minas, a tarefa de implantar mecanismos para prevenir casos de violência política. Há, ainda, proposta para cuidar de eventuais situações do tipo por meio de parceria com entidades estatais e grupos privados.

 

Crescimento de denúncias

A votação em primeiro turno ocorreu em meio ao crescimento do número de ameaças a parlamentares mulheres. As deputadas estaduais mineiras Lohanna França (PV) e Bella Gonçalves (BH), bem como as vereadoras belo-horizontinas Cida Falabella e Iza Lourença – ambas do Psol – receberam e-mails intimidadores. As mensagens, enviadas a elas neste mês, falavam em “estupro corretivo”.

Nesta quarta, Beatriz Cerqueira (PT) também relatou ter sido alvo de recente ameaça. Em 2021, Andréia de Jesus (PT) foi outra a sofrer ataques do tipo.

Quarenta e dois deputados votaram favoravelmente ao projeto. Outros cinco se manifestaram contrariamente. As posições antagônicas vieram de parlamentares à direita, como Coronel Sandro e Bruno Engler, do PL.

 

Polêmica sobre emenda

O projeto define a violência política de gênero como “qualquer ação, comportamento ou omissão, individual ou coletiva, com a finalidade de impedir ou restringir o exercício do direito político pelas mulheres”.

Deputados à direita apresentaram emenda para excluir, do projeto, o trecho que define o que é violência de gênero. A ideia, porém, acabou rejeitada – e o trecho foi mantido.

Entre os exemplos de violência política listados no projeto, estão constrangimentos e depreciações a candidatas a cargos eletivos, além de agressões físicas, verbais ou psicológicas.

 

Fonte: Itatiaia

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