O aumento de 30 minutos no tempo de realização das provas de ciências da natureza e matemática, no segundo dia de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, significa, em média, 20 segundos a mais para se responder a cada questão. Parece pouco, mas, para os estudantes, representa mais segurança no preenchimento do gabarito ou na realização de uma conta, por exemplo. Apesar do receio de candidatos de que o nível de dificuldade vai aumentar, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) garante que isso não vai ocorrer.

O aumento de tempo para a conclusão da prova, de quatro horas e meia para cinco horas, é uma das principais mudanças do Enem 2018. Ao anunciar a novidade, no fim de março, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que a medida atende uma reivindicação dos estudantes e busca garantir mais “tranquilidade e conforto”, assim como a aplicação do exame em dois domingos, como ficou estabelecido em 2017, e não mais em um único fim de semana. Neste ano, a prova será nos dias 4 e 11 de novembro.

Para a professora de matemática do curso pré-Enem do Chromos Vitória Willani a meia hora extra é uma decisão acertada. “É justo com o aluno e uma adaptação ao estilo da prova, que vem sofrendo um aumento gradativo no nível de dificuldade. É melhor aumentar o tempo do que reduzir o nível da prova, porque, se ela é um método de entrada para universidades, é importante que selecione e teste o conteúdo dos alunos”, afirma.

Embora considere os 30 minutos uma ajuda importante, a professora acredita que cinco horas ainda não são suficientes para responder, sem chutar, às 90 questões do segundo dia de exame. Por isso, Vitória orienta os alunos a estudarem sempre com um cronômetro ao lado. “Às vezes, a pessoa fala que sabe resolver um exercício, mas demora dez minutos. A questão não é saber resolver, é saber resolver em três minutos, que é a média de tempo por questão”, diz.

A estudante Talita Laila, 17, quer cursar medicina e vai fazer o Enem pela segunda vez. No ano passado, ela teve dificuldade de responder a todas as questões de matemática e ciências da natureza em quatro horas e meia. “Com as provas de exatas no mesmo dia, fica muita conta para fazer. Esses 30 minutos vão ajudar bastante”, pontua. “Ter meia hora a mais é uma oportunidade de tentar novamente. Não que tenha aumentado tanto, mas já ajuda bastante”, afirma Giovana Carla, 18, que também quer ser médica.

TRI

A Teoria de Resposta ao Item é o algoritmo usado pelo Enem para corrigir e dar a nota final da prova de múltipla escolha. Com a TRI, o conjunto de modelos matemáticos utilizados no Enem permite que os exames tenham o mesmo grau de dificuldade.

Peso

Testadas antes, as questões ganham um peso que varia conforme o desempenho dos alunos em pré-testes — quanto mais gente acerta determinada pergunta, menos peso ela terá na prova.


Rotina de estudo

Para se dar bem no Enem 2018, é importante manter uma rotina de estudos ao longo de todo o ano.

Ficar em dia nos estudos e não deixar a matéria acumular é uma das dicas mais preciosas, segundo a professora de matemática Vitória Willani. “Matéria dada é matéria estudada. Se o aluno teve aula de matemática hoje, deve estudar matemática hoje, enquanto a matéria ainda está fresca na memória”, afirma.

Outra orientação é evitar a procrastinação e encarar os estudos, mesmo quando o desânimo surgir. “O aluno não pode ficar negociando com ele mesmo. O estudo é igual à academia. Se você faltar todos os dias em que estiver cansado, nunca irá”, pontua. De acordo com Vitória, para quem quer tirar boas notas no Enem e ingressar na universidade, dedicar-se aos estudos deve ser prioridade. “Estudar no fim de semana tem que ser rotina para o aluno em ano de vestibular”, reforça.

Ler muito e ficar por dentro das notícias também é importante, além de dominar o básico dos conteúdos. “É preciso focar a base e não negligenciar conteúdos considerados básicos. Questões complicadas também vão demandar conhecimento básico”, conclui a professora.

 

Fonte: O Tempo Online||

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