Redação UN

A ausência de pediatras, apesar da escala, sem a mínima regularidade nos plantões da Santa Casa de Caridade em Formiga, como ocorreu na noite dessa sexta-feira (24) e na manhã deste sábado (25), tem causado transtornos a várias famílias deste e de outros municípios que deveriam ser aqui atendidas. Segundo alguns pais, as crianças não estão sendo atendidas na unidade porque não há pediatras disponíveis para o atendimento, ainda que este ocorra de forma particular ou através de convênios.

O Portal UN, recebeu a denúncia que a falta dos profissionais no plantão é devido ao atraso no pagamento dos salários, o que foi negado pela administradora do hospital, localizada pela reportagem em viagem a Natal/RN.

A denúncia:

Nesta madrugada, uma gestante, com 39 semanas de gravidez, teve de ser transferida para outro município, por falta de pediatra para dar assistência ao bebê recém-nascido.

Para um hospital tido como referência em maternidade e que possui inclusive UTI – NeoNatal, isto é muito grave.

Outra constatação:

Foto: Últimas Notícias

Sabedores de que várias crianças têm deixado de ser atendidas pela mesma razão, entrevistamos um casal que nesta data, desde às 7 da manhã (isto após às 11h20) ainda estava na portaria do hospital aguardando uma solução. Gostaríamos que os leitores, vissem com atenção o que diz o cartaz exposto na parede do hospital e tirem suas conclusões.

O casal, pais de uma menina de dois anos e meio, que pediram para não serem identificados, por razões óbvias, relataram ao Portal UN que estavam aguardando atendimento para a filha desde às 7h, deste sábado e a mãe, aflita, ainda contou sobre a saga para conseguir atendimento pediátrico em Formiga.

“Estamos tentando atendimento com um pediatra desde o dia 29 de novembro. Tínhamos uma consulta agendada com uma pediatra, que atende pelo plano de saúde, de última hora, a consulta foi desmarcada porque a médica teria que fazer um parto de urgência. Até então, a minha filha só estava tossindo e não estava com o peito cheio. Sendo assim, decidimos ligar para vários pediatras em Formiga, porém não tinha vaga para atender minha filha e não tinha como atendê-la nem como caso de urgência”.

“No dia 4, deste mês, conseguimos ser atendidos em uma clínica em Divinópolis. Durante a consulta, fomos questionados do motivo de não termos feito a consulta em Formiga e respondemos que não conseguíamos a consulta com os profissionais nem mesmo particular e, muito menos com o plano de saúde. Lá ela foi muito bem atendida e foram passados os medicamentos, mas mesmo assim a gripe dela voltou bem mais forte”.

“Assim sendo, hoje mais uma vez, viemos até a Santa Casa e estamos aguardando o atendimento. Fomos até a Unidade de Pronto Atendimento Municipal (UPA) e eles mandaram a gente ir no Ginásio Vicentão, supondo que ela estaria com coronavírus”, disse. 

“Ela não está com Covid-19. Ela está com febre, peito cheio, garganta inflamada e sentindo muita dor. Isso é um descaso para com a gente, eu acho um absurdo no momento em que a gente mais precisa não ter um pediatra para atender. A gente iria pagar, ligamos para todos os médicos e não têm nenhum pediatra particular para atender.”

O que diz a gestora:

Procurada, a gestora executiva da Santa Casa de Caridade, Myriam Araújo Coelho, informou que o pagamento dos profissionais de saúde está em dia e que a falta dos médicos plantonistas é devido a uma decisão pessoal deles. Disse ainda que, diante do quadro, comunicou o fato ao Ministério Público, ao Secretário Municipal de Saúde e ao pessoal do SAMU, para evitar maiores problemas nos atendimentos.

O secretário de Saúde, Leandro Pimentel, questionado a respeito nos respondeu: “Não assinei nenhum protocolo a este respeito e por se tratar de uma coisa tão séria, também não recebi nenhuma mensagem ou ligação dela”.

Até o momento da publicação desta matéria, a família acima mencionada, ainda não havia conseguido o atendimento no hospital.

Detalhe: Opinião do jornal:

“Isto é o retrato fiel do atendimento da saúde pública no Brasil e, o ministro de tal pasta, ainda comete o absurdo de afirmar que para se vacinar crianças de zero a 11 anos, é preciso se obter um atestado de pediatra solicitando o procedimento.  As conclusões ficam por sua conta, caro leitor! Nós, estamos indignados e, esperamos que por aqui, as nossas autoridades tomem as providências cabíveis e necessárias, em defesa da saúde de nossas crianças”!

A reportagem deixa espaço aberto aos pediatras que queiram se manifestar a este respeito.

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