Em meio ao tarifaço norte-americano sobre produtos brasileiros, às sanções aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e às ameaças de novas retaliações por parte dos Estados Unidos, incentivadas por representantes da extrema-direita no Brasil, o Banco do Brasil (BB) tornou-se alvo de uma campanha de desinformação.

Mensagens falsas circularam em redes sociais associando o BB às sanções do Tesouro norte-americano com base na Lei Magnitsky, sugerindo que a instituição poderia sofrer bloqueios internacionais por supostos vínculos com autoridades brasileiras sancionadas. Os boatos fomentaram pânico entre correntistas e fragilizaram a credibilidade do banco.

No dia 25 de agosto, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar possível ação coordenada e financiamento organizado na disseminação desses conteúdo. Caso confirmadas, as práticas podem configurar crimes contra a ordem econômica (Lei nº 8.176/1991), contra a segurança nacional e violar dispositivos constitucionais que asseguram a proteção do sistema financeiro e da ordem democrática.

O episódio ocorre em um contexto político sensível. Em setembro, o STF deve julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados pela trama golpista de 2022. Nas últimas semanas, ataques digitais de apoiadores do ex-presidente contra instituições públicas se intensificaram, em movimento interpretado como tentativa de fragilizar a confiança em setores-chave do Estado.

O BB é a instituição financeira mais sólida e segura do sistema financeiro nacional, com forte governança corporativa. Além disso, exerce papel estratégico na economia, com financiamento ao agronegócio, apoio a projetos de infraestrutura e execução de programas sociais. Por isso, ataques à sua imagem não se limitam a danos reputacionais, mas representam risco direto à confiança pública no sistema bancário — um dos pilares da estabilidade econômica.

A ofensiva digital evidencia como a disseminação de fake News pode gerar impactos imediatos no mercado, criar insegurança entre investidores e clientes e ser instrumentalizada por setores da oposição, derrotados nas eleições de 2022, para enfraquecer o governo, desestabilizar o STF, pressionar por anistia a condenados por ataques à democracia e tensionar o sistema político.

Num cenário de instabilidade política e pressões internacionais, a preservação da solidez do sistema financeiro brasileiro torna-se questão de segurança nacional. Mais do que combater narrativas falsas de caráter político, trata-se de enfrentar ações criminosas que buscam enfraquecer o governo, deslegitimar o Judiciário e desestabilizar a economia. Tais práticas não configuram nacionalismo ou patriotismo, mas distorção dos instrumentos políticos. Todos os envolvidos devem responder com as sanções jurídicas e políticas cabíveis, em defesa da democracia e da estabilidade econômica do país.

 

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