A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decretou situação de emergência em saúde pública devido ao aumento de atendimentos e internações por síndromes respiratórias graves. A medida foi assinada pelo prefeito Álvaro Damião (União Brasil) na quarta-feira (30). Em abril, conforme a Secretaria Municipal de Saúde, 63.217 pacientes foram atendidos com esse diagnóstico na capital. A quantidade representa um aumento de 48,97% em relação aos 42.435 atendimentos feitos na rede em março.

“Fica declarada a existência de situação anormal caracterizada como situação de emergência em saúde pública no município de Belo Horizonte, devido à grande pressão de demanda em toda a rede de saúde ambulatorial e hospitalar ocasionada pelo aumento significativo e abrupto do número de casos de SRAG, nas unidades assistenciais de saúde, bem como pela ampliação da internação em leitos clínicos e em Unidades de Terapia Intensiva pediátrica e adulta”, diz um trecho do documento. O decreto é válido pelo período de 90 dias, podendo ser ampliado.

A medida permite à prefeitura adotar ações emergenciais para garantir os atendimentos nas unidades de urgência e emergência, como a contratação de profissionais, compra de insumos e medicamentos, além da ampliação da rede de atendimento. “Nas últimas semanas tivemos um aumento significativo, atingindo a nossa capacidade. Por isso o decreto foi necessário. Vamos poder ampliar a assistência médica, com a criação de novos serviços ou com a extensão dos horários de funcionamento e abertura aos finais de semana”, informou a subsecretária de Promoção e Vigilância à Saúde, Thaysa Drummond.

Como informado por O Tempo, diante da sobrecarga nos atendimentos pediátricos, a prefeitura abriu 30 leitos de enfermaria infantil: 20 no Hospital Municipal Odilon Behrens e 10 no Hospital da Baleia. A ampliação da rede, conforme a prefeitura, ocorre por causa do aumento da demanda por internações pediátricas. No Hospital da Baleira, uma das referências no atendimento na capital, já foram registrados mais de 1.100 pedidos de internação para crianças entre 1 e 14 anos, além de 635 solicitações para bebês com menos de um ano em 2025.

A alta demanda por assistência médica em abril também foi percebida pela Secretaria Municipal de Saúde nas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No último mês, foram 78.734 pacientes atendidos até o dia 28 — média de 2.811 por dia.

Vacinação ampliada

A partir desta quarta-feira (30), a vacinação contra a gripe foi ampliada para toda a população a partir de seis meses. O imunizante está disponível nos 153 centros de saúde, no Serviço de Atenção à Saúde do Viajante e em sete postos extras. Até o momento, mais de 202 mil doses foram aplicadas, alcançando 24,1% de cobertura vacinal no público-alvo. A meta é atingir 90%. A vacina trivalente protege contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B.

“É importante que a população se vacine. É uma vacina segura e que pode evitar casos graves. Pelos casos que temos acompanhado, as pessoas poderiam não ter adoecido ou ter apenas sintomas leves se tivessem vacinado. Além disso, é importante adotar aquelas boas práticas do período da pandemia da Covid-19. Evitar contato com pessoas com sintomas de doenças respiratórias, utilizar máscaras, fazer a higienização correta das mãos e evitar aglomerações”, acrescentou a subsecretária.

No dia 10 de maio, a prefeitura irá realizar o “Dia D” da vacinação contra a gripe. Todos os 153 centros de saúde estarão abertos para imunização, além de pontos extras. Um evento também será realizado no parque municipal Américo Renné Giannetti, no centro da capital.

Cidades da região metropolitana

Em abril, as cidades de Betim e Contagem, na região metropolitana da capital, também decretaram situação de emergência em saúde pública. A medica ocorreu em função do aumento de atendimentos por doenças respiratórias.

 

Fonte: Rayllan Oliveira/O Tempo

 

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