O Relatório Mundial da Epidemia de Aids 2010, elaborado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), divulgado nesta terça-feira (23), afirma que esforços precoces e continuados de prevenção e tratamento do HIV conseguiram conter a epidemia de aids no Brasil? .
De acordo com o coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer, o Brasil continua sendo referência na prevenção e no tratamento da aids, porém, ainda há problemas, como o aumento do número de casos na região Norte do país.
Os detalhes dos dados sobre o Brasil serão divulgados somente no dia 1º de dezembro, mas Chequer fez nesta terça-feira uma análise sobre a situação do país. ?A região Sudeste apresenta tendência de queda e no Brasil em si a epidemia está instável, mas continua aumentando no Norte do país?, disse Chequer.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, a taxa de incidência (por 100 mil habitantes) de casos de aids notificados na região Norte passou de 15,4, em 2007, para 18,6, em 2008.
Chequer avalia que o problema está na utilização dos recursos. ?Eu diria que o problema está mais na execução, a partir de alguns estados e municípios que precisam refletir politicamente e verificar sua capacidade instalada no sentido de utilizar o recurso que o governo federal coloca a disposição?, afirmou.
Ele apontou como causas para o aumento dos casos de aids no norte do Brasil dificuldades físicas e a presença um pouco tênue do Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Há necessidade realmente de uma revisita de agenda política na região Norte no sentido de reverter esse quadro. Sobre os governantes dos estados do Norte do país, Chequer afirmou que há necessidade de sensibilizá-los mais sobre a prevenção e tratamento da aids.
De acordo com Chequer, há programas estabelecidos em 600 municípios do Brasil o que, segundo ele, equivale a 90% da população. Agora há necessidade de expandir esses serviços para os pequenos municípios e facilitar o acesso ao teste e diagnóstico, afirmou.
O diretor do programa de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco, afirmou que o Brasil se destaca, mas o sucesso não é completo. Segundo ele, o número de infectados no país está estabilizado, porém, em um nível alto.
No Brasil, cerca de 600 mil pessoas estão infectados com o HIV, segundo Chequer. Este número mantém-se estável desde o ano 2000. Sobre o aumento do número de casos de aids na região Norte, Greco explicou que há um processo de inequidade no país.

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