A Capela de São Julião é localizada na zona rural de Arcos, na comunidade das Paineiras, perto da capela do Senhor Bom Jesus.

Foi tombada em 27/03/2002, pelo Decreto nº: 2353/2002. É situada em meio à vegetação, cercada por um muro.

Na fachada está a data 07.05.1784, que seria da construção original. Portanto, 58 anos antes da construção da capela de Nossa Senhora do Carmo, que se tornou a igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo.

No documentário Patrimônios Tombados de Arcos, lançado em 2021 por iniciativa do ex-presidente do Conselho de Turismo, Donizetti Bernardes, Olinto Veloso (Nego do Olinto) relata histórias que ouviu do pai e outras que presenciou.

Conheço a história dessa capela […], era do tempo do cativeiro. Os boiadeiros fizeram um ranchinho de capim e começaram a construir a história de São Julião”. Ele disse que a imagem foi trazida do Rio de Janeiro.

A atual arquitetura não é a original. Sr. Olinto tem conhecimento de uma reconstrução em 1930 ou 1940. Ele conta que décadas depois, quando a comunidade decidiu construir o muro, também planejavam construir uma fossa. “Na frente daquele puxadinho ali [da capela], eu presenciei, quando já tinham furado um metro e meio […]; deparamos com uma ossada, um cemitério”.

Na década de 1970, integrantes da Sociedade São Vicente de Paulo começaram a frequentar o lugar e montaram um coral. Também havia a tradição da visita ao Cruzeiro, na época do “Padre Geraldo”. Sr. Olinto conta que durante as secas, fiéis católicos iam até lá a pé, saindo de Japaraíba e da região de São Domingos, para aguar o cruzeiro. “Iam com o tempo limpo e voltavam tomando chuva”.

Por volta de 1823, o nome do município de Arcos era São Julião. De acordo com registro do livro História de Arcos (Lázaro Barreto, 1992), esse nome “consta em mapas e alfarrábios [documentos antigos] do Termo de Tamanduá”. O povoado ainda existe, com algumas fazendas.

Esta é a 5ª matéria da Série “Patrimônios de Arcos”. O documentário citado no início desta matéria foi feito em 2021 com apoio da Prefeitura de Arcos por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo (Semcelt). A produção coube à AG Filmes/Gabriel Assis. Para assisti-lo no Youtube, faça a busca “Bens Tombados de Arcos”.

Link do documentário: https://www.youtube.com/watch?v=lCnHFDI7yTs

Fonte: Redação Centro Oeste

 

 

 

 

 

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