Um amigo veio me dizer que havia se separado da esposa; havia achado uma moça mais nova, mais bonita e mais charmosa.

Comecei então a examinar o que havia dentro de sua cabeça e pude perceber que meu amigo havia passado por uma grande transformação nos últimos cinco anos.

Era um bom cristão, honesto, sincero, amigo, comprometido.

Executivo de uma empresa pequena passou a exercer cargo de direção em uma empresa maior.

Muito inteligente, começou a se aprofundar em administração, lendo diversos autores dentro do sistema capitalista; seus conceitos básicos foram colocados em prática; os lucros da empresa cresciam, a empresa se expandia e os patrões, satisfeitos, o recompensavam.

E ele foi mergulhando cada vez mais no sistema, gerando um enorme conflito interno.

Os valores mudaram; o que valia agora era: efetividade prática, eficiência e lucro; principalmente lucro.

Muito inteligente, começou a questionar, para si mesmo, os valores cristãos. Constatou que a família, pilar central do cristianismo, é pouco eficiente, é cheia de valores utópicos e não gera lucro; você gasta muito com ela, com alimentação, vestuário, lazer, educação, etc., etc. e quando mulher e filhos crescem cada um vai cuidar de si mesmo e de seus interesses.

Isso, na cabeça de um capitalista, é um desastre. Onde está o lucro?

E o que não der lucro, deve ser descartado e jogado fora.

Ele passou a considerar valores como doação, sacrifício, renúncia, etc., utópicos demais.

A sua cabeça virou uma máquina sem freios, desembestada.

Ele não conseguia dormir e sua “eficiência”, marco de seus novos conhecimentos, estava seriamente comprometida.

Procurou uma psicóloga.

Ela, sem uma solução efetiva para o caso, dentro de uma perspectiva cristã, se colocou, a si mesma, como solução. E ele caiu.

Deixou para trás uma bela família, criada por ele mesmo, até certo ponto, com muito zelo.

Eu, seu amigo, gostaria de terminar este artigo com sinais de alegria e esperança.

Porém, este caso, para mim, para a família e para os amigos, lamentavelmente, não tem nem terá um final feliz.

Cristianismo e capitalismo não se misturam e jamais se casarão.

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