As embarcações envolvidas no acidente em Capitólio passaram por perícia nessa segunda-feira (17). O trabalho da Polícia Civil ocorreu no Clube Náutico, em São João Batista do Glória, no Sul de Minas. A polícia informou ainda que 20 pessoas foram ouvidas no inquérito que investiga a queda do paredão.
O foco, neste momento, é tentar entender o que provocou o deslocamento da rocha e, principalmente, se era possível ter previsto a tragédia.
Um dos cânions atingiu quatro embarcações, com pelo menos 34 pessoas, no sábado (8), e causou dez mortes. Todas as vítimas foram identificadas pela Polícia Civil. Um vídeo mostra o momento em que um dos cânions atinge as lanchas.
Dentro do curso das investigações, uma equipe de peritos da Polícia Civil, especialistas em geologia e um perito da Polícia Federal, também especialista da área, foram até o município na última quarta-feira (13).
Investigação
De acordo com o delegado que preside as investigações, Marcos Pimenta, os trabalhos de apuração serão pautados na ciência e, por isso, polícia tem buscado apoio de especialistas.
“O foco agora não é procurar culpados e, sim, respostas para que se evite, se for possível, que outras placas caiam”, disse. Ele afirmou que será investigado se houve alguma ação que provocou a aceleração da ruptura da rocha e, caso isso tenha ocorrido, ao fim do inquérito haverá indiciamento. Mas, para Pimenta, é cedo para apontar eventuais responsabilidades.
De acordo com o delegado, a expectativa é que o laudo pericial seja concluído dentro de 30 a 40 dias, mas não há previsão para conclusão do inquérito. Segundo ele, não foi realizada análise sismológica do local, mas, se os peritos que estão em Capitólio indicarem necessidade, o estudo será feito.
Para a realização de análises das causas do acidente, segundo o delegado, a polícia entrou em contato com a Sociedade Brasileira de Geologia e também com professores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), além de outros especialistas.
Entre as pessoas ouvidas pela polícia, estão vitimas, donos de lancha e prefeitos da região. Nesta sexta, três pessoas de uma família que estavam em uma das embarcações atingidas prestaram depoimento na capital. Também foram realizadas oitivas em Alpinópolis, Piumhi e Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado, há previsão de que duas das lanchas que afundaram sejam retiradas do Lago de Furnas.
Fonte: g1 Centro-Oeste