A atriz Carolina Dieckmann revelou que foi rejeitada em testes para papeis na televisão brasileira por ter aparência associada a pessoas ricas. A declaração foi feita durante participação no programa Conversa Vai, Conversa Vem, do jornal O Globo. Segundo a artista, suas características físicas – loira, de olhos azuis e branca – limitaram suas oportunidades profissionais em determinadas produções.
Dieckmann detalhou situações específicas em que foi preterida por não corresponder ao perfil físico esperado para certos personagens, mesmo após tentar modificar sua aparência. Os episódios ocorreram em diferentes momentos de sua trajetória na televisão brasileira, durante processos seletivos para novelas e séries.
“Já perdi papeis. Tem uma história ótima de um teste que eu ia fazer para uma personagem que seria uma cozinheira da comunidade, mas o autor falou: ‘não, não tem cara’ [de cozinheira]“, disse a atriz.
A artista relatou que tentou adaptar sua aparência para conseguir o papel. “Eu pintei o cabelo de castanho, coloquei uma lente, botei um aplique, tentei ir para algum estereótipo para fazer outro, mas ele falou: ‘Não’. Por que não tenho cara de cozinheira de comunidade? Por que não pode ter uma pessoa como eu na comunidade? Então, sim, já me fechou portas ser ‘bonita demais’“, declarou Dieckmann.
Em outro caso, mais recente, a atriz foi rejeitada por ser considerada inadequada para determinado papel, embora tenha preferido não identificar a produção específica durante a entrevista.
“Recentemente, teve outro papel, que não posso falar, mas era isso… [Falaram]: ‘Você é colorida demais, a gente quer uma pessoa menos colorida’. Falei: ‘Não tem nada que a gente possa fazer?’. Disseram: ‘Não, porque aí complica, você é muito colorida’“, afirmou.
Carolina Dieckmann classificou essas situações como discriminatórias. “Isso também é um preconceito“, declarou a atriz.
Ela também questionou os estereótipos presentes na indústria do entretenimento. “Então, sim, beleza fecha portas e abre outras. Mas é muito preconceituoso ter cara de rica. Olhar para mim e falar: ‘Ela tem cara de rica’. O que quer dizer com isso? Que rico tem que ser loiro de olho azul, ter nariz arrebitado? Nesse mundo que a gente está vivendo, onde tudo é visto e são muitos preconceitos, isso também é um preconceito“, afirmou.
Fonte: O Tempo