O delegado Edson Moreira, responsável pelo caso do goleiro Bruno na época, disse discordar sobre a localização do corpo de Eliza Samudio proposta pelo apresentador e ex-delegado Jorge Lordello. Segundo Moreira, os restos mortais da modelo, assassinada em 2010, não estariam enterrados em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, como Lordello afirmou, mas, sim, na Região Central de Minas Gerais.

Em 2012 fizemos uma busca próximo a casa do Bola, mas não tinha nada. Eu acredito que no dia em que ele matou a Eliza, ele colocou o corpo em um carro, no porta-malas, e levou para Funilândia ou para Capim Branco. Na minha opinião, conhecendo o Bola, o corpo pode estar lá”, disse o delegado ao Estado de Minas.

De acordo com Moreira, que acompanhou o caso de perto, a hipótese de Lordello não é impossível, mas ele acredita que os restos mortais tenham sido enterrados mais longe, devido ao período de tempo em que o celular de Bola ficou desligado.

Eu acho o seguinte: se o Bola não falar, é difícil. Achar um corpo não é muito fácil, então se a pessoa que ocultou esse corpo não falar (onde está), é difícil. Ele está respondendo por um homicídio só. Ele tem medo de falar e achar mais corpos lá, porque ele vai responder por mais homicídios. Investigar policial é muito difícil”, conclui Moreira.

A declaração do delegado é decorrente de uma conversa com o apresentador Jorge Lordello. Edson Moreira viajou até São Paulo na última sexta (14) para conversar com o ex-delegado sobre a afirmação feita sobre a localização do corpo de Eliza Samudio. Lordello afirmou, em entrevista ao podcast Lisa, Leve e Solta, que sabe exatamente onde está o corpo da modelo, cuja localização nunca foi descoberta pela polícia.

Segundo Lordello, o corpo de Eliza estaria enterrado em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso porque, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, morava em uma área de mata na região. O apresentador acredita que ele já havia feito uma cova no local e esperou as pessoas saírem para levar o corpo sozinho até lá.

Demorou um bom tempo pra polícia chegar nele e é óbvio que ele, como ex-policial e profissional, jamais vai contar. O doutor Edson Moreira esteve na mata, mas ela é muito extensa, então o corpo não foi encontrado. Pra mim, este corpo está enterrado nas matas da cidade de Vespasiano”, afirmou.

 

Relembre o caso

Em maio de 2009, Eliza engravidou do então goleiro Bruno Fernandes, que vivia o auge da sua carreira no Flamengo. A modelo, que já mantinha relação com o ex-atleta há algum tempo, passou então a ser alvo de ameaças e chantagens do companheiro. Em meio às ameaças de Bruno, ela tornou a gestação pública e revelou, também, a paternidade do ex-goleiro.

Na época, o goleiro era noivo e mantinha relacionamento extraconjugal com a modelo, fato que o levou a negar ser pai do filho da vítima. Durante a gestação, Eliza chegou a registrar alguns boletins de ocorrência contra ele, mas teve o pedido de medida protetiva negado. Ela deu à luz a Bruninho em fevereiro de 2010.

Em 4 de junho do mesmo ano, Eliza desapareceu e nunca mais foi vista. O último relato de uma possível aparição da vítima havia sido no sítio de Bruno. Peças de roupa da modelo e fraldas foram achadas no local, enquanto Bruninho foi encontrado em Belo Horizonte. Versões de envolvidos no caso relatam que Eliza foi estrangulada, morta e esquartejada.

De acordo com os assassinos, os restos mortais da modelo foram concretados. Os relatos nunca foram, de fato, confirmados, uma vez que a polícia nunca encontrou o corpo de Eliza.

Em março de 2013, Bruno foi condenado a 20 anos e nove meses de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Além do atleta, outras pessoas também foram apontadas como envolvidas no crime, incluindo Macarrão, melhor amigo de Bruno, e Bola.

 

Fonte: Melissa Souza  / Estado de Minas

 

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