O baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts, morreu em Londres aos 80 anos, anunciou seu agente nesta terça-feira (24), lamentando a morte de “um dos melhores bateristas de sua geração”.

“Com grande tristeza anunciamos a morte do nosso querido Charlie Watts”, afirmou seu agente em um comunicado, acrescentando que “ele morreu tranquilamente em um hospital de Londres hoje mesmo, cercado pela sua família”.

Um porta-voz do artista já havia anunciado, no início de agosto, que ele não participaria da turnê norte-americana da banda, prevista para o outono boreal, por motivos médicos.

“Charlie foi operado com sucesso, mas seus médicos acreditam que ele precisa descansar”, explicou, sem mais detalhes.

O baterista, que completou 80 anos em junho, estava com os Stones desde 1963. Junto com o cantor Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards, Charlie Watts era um dos membros mais antigos da famosa banda de rock, na qual também participaram Mick Taylor, Ronnie Wood e Bill Wyman.

Em 2004, Watts foi tratado no Hospital Royal Marsden de Londres de um câncer de garganta, do qual se recuperou após uma luta de quatro meses contra a doença, incluindo seis semanas de radioterapia intensiva.

“Charlie era um amado esposo, pai e avô e também, como membro dos Rolling Stones, um dos maiores bateristas de sua geração”, afirmou Doherty.

O cantor e baixista dos Beatles, Paul McCartney, saudou a memória do “rolling” em um vídeo nas redes sociais.

“Era um cara encantador. Sabia que estava doente, mas não a este ponto”, afirmou.

“Charlie era uma rocha e um baterista fantástico. Te amo, Charlie”, acrescentou.

Outra estrela, Elton John, escreveu no Facebook: “Charlie Watts foi o melhor baterista”.

“O mais elegante de todos e um companheiro brilhante”, acrescentou.

– Afastado da vida louca –

Watts, que sempre se manteve afastado da vida louca que seus colegas viviam, continuou sendo por mais de meio século o imperturbável metrônomo da banda enquanto alimentava sua paixão pelo jazz.

Com seu rosto impassível e seu talento unanimemente reconhecido para o ritmo binário, oferecia o contraponto perfeito no palco para as arrogâncias frenéticas de Mick Jagger e as palhaçadas elétricas dos guitarristas Keith Richards e Ronnie Wood.

Enquanto seus amigos passavam por “divórcios, vícios, prisões e brigas loucas”, segundo um inventário compilado pelo jornal britânico Mirror, o tranquilo Charlie Watts vivia uma vida serena com Shirley Shepherd, sua esposa há 50 anos, e sua filha Seraphina, em sua fazenda em Devon, Inglaterra.

“Durante cinquenta anos de caos, o baterista Charlie Watts representou a calma em meio à tempestade dos Rolling Stones, tanto dentro como fora dos palcos”, escreveu o Mirror em 2012.

O músico, no entanto, não era totalmente impermeável aos vícios da banda: na década de 1980, foi submetido à reabilitação por heroína e álcool.

“Foi um tempo muito curto para mim”, explicou ele. “Simplesmente parei, não era algo para mim”, confessou o músico.

– Paixão pelo jazz –

Nascido em 2 de junho de 1941 em Londres, Charlie Watts chegou à música por meio do jazz animado aos 13 anos, junto com seu vizinho Dave Green, com quem depois formaria o quarteto “The A, B, C & D of Boogie-Woogie”.

Totalmente autodidata, aprendeu a tocar observando os músicos dos clubes de jazz de Londres.

“Nunca fui a uma escola para aprender a tocar jazz. Não é disso que eu gosto. O que eu gosto sobre o jazz é a emoção”, explicou o músico, que durante sua carreira com os Rolling Stones continuou tocando jazz paralelamente e gravou vários discos com o Charlie Watts Quintet e com o grupo Charlie and the Tentet Watts.

No entanto, primeiro ele estudou arte e trabalhou como designer gráfico em uma grande agência de publicidade.

Quando se juntou aos Rolling Stones em 1963, eles não eram nada além de uma banda pequena e incipiente.

“Foi uma bênção”, disse Keith Richards. “O primeiro baterista com quem comecei há 40 anos é um dos melhores do mundo. Com uma boa bateria, é livre para fazer o que quiser”, acrescentou.

Watts foi designado como o 12º melhor baterista de todos os tempos pela revista Rolling Stones.

Fonte: Estado de Minas

COMPATILHAR: