A Santa Casa de Misericórdia em Belém (PA) já registra 32 bebês mortos desde o dia 20 de junho. A informação foi confirmada pela assessoria da Secretaria de Saúde do Pará. A concentração de mortes em junho provocou a mudança de direção da Santa Casa e o estabelecimento de metas de saúde para o estado.
O motivo das mortes, de acordo com a Secretaria de Saúde, é o fato de as crianças chegarem ao hospital com a saúde muito debilitada e de as mães não fazerem pré-natal ao longo da gravidez. A assessoria informou que a Santa Casa recebe muitos pacientes encaminhados dos municípios e está atendendo 50% acima de sua capacidade
A assessoria do governo do Pará informou que na última sexta-feira uma comissão formada por profissionais da rede pública de saúde se reuniu com prefeitos de 11 municípios para cobrar o atendimento básico às mães ao longo da gravidez. Outras reuniões devem ocorrer com a participação de mais prefeitos.
O período mais crítico, quando chegaram a ser registradas 20 mortes na maternidade do hospital em apenas uma semana, levou o então presidente da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, Antônio Anselmo Bentes de Oliveira, a deixar o cargo. Ele e toda a diretoria entregaram os cargos à governadora do estado, Ana Júlia Carepa.
Na sexta-feira o governo do Pará divulgou nota na qual informava as medidas acertadas entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa para melhorar o atendimento. Entre elas a contratação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal no setor privado, a aquisição de unidades de transporte e a contratação de de profissionais para atendimento neonatal.
Em junho, 21% dos recém-nascidos morreram no hospital. Segundo a Secretaria de Saúde, o número estaria pouco acima do permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que consideraria normal até 17% de mortes, dependendo da situação.

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