A passagem de um ciclone no final de semana pode ter matado 10 mil pessoas em Mianmar, disse um diplomata nesta segunda-feira (5) depois de um encontro com o ministro do Exterior, Nyan Win.
A mensagem básica foi que eles acreditam que o número provisório de mortos está em cerca de 10 mil, com 3 mil desaparecidos, afirmou um diplomata presente ao encontro à agência de notícias Reuters. A agência France Presse também fala em 10 mil mortos por causa do ciclone.
A passagem do ciclone Nargis, no ultimo sábado, causou a queda de alguns prédios do centro de Yangun e deixou Mianmar incomunicável com o exterior devido a avarias no sistema de telecomunicações. Agências de ajuda disseram que centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas e sem água no país governado por uma junta militar.
Os preços de alimentos e combustíveis dispararam em Yangun nesta segunda-feira, e as agências de ajuda humanitária têm dificuldades para entregar suprimentos de emergência e chegar às áreas mais atingidas pelo ciclone.
A junta militar, que governa o país há 46 anos e não conta com a simpatia do Ocidente, não fez um pedido de ajuda desde a tempestade de categoria 3, cujos ventos chegaram a 190 km/h.
Em Yangun, mesmo os prédios mais resistentes tiveram seus tetos arrancados, o que indica que os danos foram severos nas periferias da cidade de 5 milhões de habitantes, onde predominam as choupanas.
Michael Antera, chefe do departamento de desastres da Cruz Vermelha Internacional, disse que os estoques de suprimentos de emergência estão sendo distribuídos em Mianmar, mas eles vão precisar de mais.
Funcionários de entidades assistenciais estrangeiras, cujos movimentos são controlados pela junta militar no governo, não conseguiram chegar às áreas mais pobres para avaliar o impacto.
Apesar da destruição provocada pelo Nargis, a junta militar que governa o país anunciou que manterá, como previsto, para o próximo sábado um polêmico referendo constitucional, que segundo os opositores tem como objetivo reforçar o poder dos generais.

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