Os estoques de vacina contra raiva humana estão abaixo do nível de segurança em vários pontos do país. Alegando sucessivos problemas com o laboratório fornecedor (o Instituto Butantã), o governo não fez a compra programada para 2010. Para não ficar sem o produto, Estados e municípios passaram a fazer remanejamento de estoques: quem tem maior quantidade cede parte das doses para locais onde o problema é mais grave.
O Ministério da Saúde não informa quanto tempo a vacina vai durar no país nem em que locais o problema é mais grave. O consumo médio mensal de vacina antirrábica é de 120 mil doses, no país. Além de ser usado em mordidas, o produto é aplicado em profissionais mais expostos à contaminação pelo vírus que provoca a doença, como veterinários.
No início de junho, foi detectado falto da vacina em cidades da Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul, onde a aplicação ficou mais rígida. Em postos de Brasília, o produto – que não é o mesmo dado aos animais – é usado só nos casos em que não há possibilidade de se observar o animal agressor.
O Ministério da Saúde e o fabricante da vacina apresentam versões diferentes sobre as causas do problema. O governo federal afirma que o Instituto Butantã não cumpriu prazos de entrega do produto, assumidos em contrato feito em 2008. Já o instituto faz um relato diverso e afirmou que todos os compromissos com o governo foram quitados, com exceção de um soro antidiftérico, por causa de problemas na produção. Ainda de acordo com o Butantã, no início deste ano foi encaminhado ao Ministério uma carta com a descrição dos produtos disponíveis do instituto para este ano, mas não houve resposta.

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