O presidente Michel Temer fez um pronunciamento em rede nacional, na tarde de sábado (20), que durou pouco mais de três minutos. Foi a segunda vez que Temer falou depois da crise política instalada no país com as denúncias dos delatores da JBS.

A tese da defesa de Temer  é a de que o áudio da conversa entre ele e o empresário Joesley Batista foi  editado. Peritos afirmam ter identificado cortes na gravação.

E essa foi a primeira coisa que ele disse ao começar o pronunciamento. “Essa gravação clandestina foi adulterada e manipulada com objetivos subterrâneos”, afirmou.

Segundo o presidente, a defesa dele está entrando com petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o inquérito proposto até que seja verificada a autenticidade da gravação, que chamou  também de “fraudulenta”.

O tom do discurso do presidente foi de ataque ao empresário, dizendo que há muitas mentiras no depoimento de Joesley Batista e sempre se referindo à gravação como clandestina.

“Ele não passou nenhum dia na cadeia. Não foi punido e pelo jeito não será. Cometeu o crime perfeito”, disse Temer sobre Joesley, que está em Nova Iorque. O presidente acusa o empresário de especular contra a moeda nacional afirmando que a JBS comprou U$1 bilhão pouco antes de a gravação ser divulgada.

O presidente diz também que não cometeu crime ao ouvir reclamações de Joesley Batista.”Não obstruí a Justiça e não fiz nada”, afirma Temer.  Ele chamou o dono da JBS de “conhecido falastrão e exagerado” e garante que não acreditou na narrativa de Joesley naquela noite no Palácio do Jaburu.

Temer disse também que houve grande planejamento para realizar o grampo. “E depois houve uma montagem pra criar um flagrante que incriminasse alguns”, afirmou.

A situação econômica do país também apareceu na fala de Temer. “O Brasil, meus senhores, exige que se continue no caminho da recuperação econômica”, afirmou.

Ao fim do pronunciamento, Temer reafirmou que segue no comando do Brasil. “Digo com toda segurança que o Brasil não sairá dos trilhos e eu continuarei à frente do governo”, disse  Temer, antes de encerrar a sua fala.

 

Fonte: Exame ||

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