A comissão especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), que acompanha as investigações sobre a morte de três jovens no morro da Providência, no Rio, apresentou um relatório nesta quinta-feira que aponta a existência de uma relação promíscua entre as Forças Armadas e o crime organizado na capital fluminense.
O relatório foi apresentado em reunião do conselho e deverá ser votado ainda nesta quinta-feira. O documento destaca que uma das principais constatações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas é que 22% do armamento apreendido com criminosos no Rio pertence a militares.
O relatório também ressalta que a comunidade do morro da Providência tinha como principal demanda a retirada imediata das tropas. Esse posicionamento, segundo a comissão especial, contraria a versão do Exército de que 75% dos moradores eram favoráveis à permanência dos militares. Em entrevista no dia 24 de junho, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que o Exército desocupou a Providência.
O relatório da comissão especial também sugere a adoção de quatro medidas pelo Poder Público – a garantia de reparação aos parentes das vítimas, a prestação de apoio psicológico, a proteção à vida de familiares e testemunhas ameaçados e a realização de palestras e distribuição de material na comunidade sobre os direitos do cidadão.

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