Redação UN

Na tarde dessa segunda-feira (12), foi expedida pela Juíza de Direito, Dr. Lorena Teixeira Vaz, de acordo com o processo de nº 0261.21.00533-4, a sentença de cinco indivíduos presos durante a Operação Leão de Neméia, deflagrada em Formiga e região no ano passado, em combate contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

A operação ocorreu no dia 30 de abril de 2021, ocasião em que os envolvidos foram presos e, posteriormente, em 20 de julho, o líder da organização, na ocasião com 37 anos, acabou preso em Divinópolis.

Todos foram condenados, tendo sido absolvidos do crime tipificado como Organização Criminosa, porém, ao que apurou a reportagem, o Ministério Público irá recorrer.

O líder da organização, “H” foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão Os demais envolvidos a:  “T” a  9 anos e 4 meses, “F” a 10 anos e 10 meses, “J” a 10 anos e 10 meses e 20 dias e “B” condenado a 9 anos e 4 meses.

De acordo com a Polícia Civil, o líder da organização criminosa era um traficante contumaz, que há tempos agia na região e que, com sua prisão, foi desarticulada a Organização criminosa que ele chefiava.

Relembrando:

No dia 30 de abril do ano passado, foi deflagrada em Formiga e cidades da região, a operação ‘Leão de Neméia’, que contou com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Ministério Público.

Naquela ocasião, durante coletiva de imprensa na delegacia, estiveram presentes: o delegado Danilo César Basílio, o secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais Joaquim Neto, o promotor de Justiça, Ângelo Ansanelli Junior, o chefe de Departamento da 7ª Regional da Polícia Civil de Divinópolis, Flávio Tadeu Destro, o delegado regional Tiago Ludwig Veiga e o tenente coronel Fábio Gotelip.

A operação foi realizada em Formiga, Arcos, Campos Altos, Córrego Fundo e Pimenta, e contou com cerca de 200 policiais; 42 mandados de busca e 12 prisões efetivadas.

Ainda de acordo com as investigações, estavam envolvidas ainda uma empresa de turismo do Mato Grosso, em uma cidade com divisa com a Bolívia, e uma empresa em Cuiabá, no seguimento de veículos de luxo.

A quantidade de materiais ainda está sendo contabilizada. Foram apreendidos vários celulares, documentos, cheques, grande valor em espécie, maconha, crack e notebooks.

O delegado Danilo César Basílio explicou que a investigação foi realizada durante um ano na região Centro-Oeste e a organização criminosa era responsável pelo abastecimento de drogas em Formiga. “Podemos dizer que 95% da droga de Formiga provêm dessa organização. Conseguimos identificar a divisão de tarefas dos membros. Na organização haviam os que eram responsáveis pela entrega da droga e a mistura da composição química dela. Descobrimos que a droga era enterrada em apiários de abelhas para dificultar a ação da polícia, além de dois veículos adulterados, que eram usados para a distribuição da droga, um deles continha um compartimento secreto”.

Ainda segundo o delegado, a organização contava com empresários, agiotas e empresas de fachadas, ou seja, os responsáveis pela lavagem de capital. “Eram três camadas da organização, os líderes, os que realizavam o transporte e os que comercializam a droga”.

A organização, segundo apurado, movimentou mais de R$40 milhões e um fornecedor no Mato Grosso já foi identificado.

De acordo com o tenente-coronal Fábio Gotelip, a operação de grande porte contou com o suporte de aeronaves e cães farejadores. “Foi feito um planejamento para definir estratégias e é importante ressaltar essa integração das forças no combate à criminalidade”.

O promotor de Justiça Ângelo Ansanelli Júnior destacou que em relação a investigação sobre a lavagem de dinheiro, a equipe conseguiu identificaram empresas fora de Minas Gerais que lavavam dinheiro para os traficantes dessa organização.

O delegado regional Tiago Veiga, destacou o trabalho da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado que tem prestado um serviço de grande qualidade.

Já o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Joaquim Neto, parabenizou toda a equipe pela investigação. “Que continuemos assim, fazendo grandes operações e com excelentes resultados”.

Prisão do líder da organização

Já no dia 20 de julho, o líder de uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, na região de Formiga, foi preso pela Polícia Civil em Divinópolis. O suspeito, de 37 anos, estava foragido desde abril, quando foi deflagrada a operação.

Em coletiva de imprensa, realizada no dia 21, na delegacia de Polícia Civil de Formiga, os delegados Tiago Veiga Ludwig e Danilo César Basílio falaram sobre o resultado final da operação.

Com muito esforço da equipe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, o indivíduo foi localizado em Divinópolis e conseguimos desmantelar essa organização criminosa. Apresentamos esse resultado positivo de que conseguimos retirar esses indivíduos da cidade de Formiga e de seu entorno”, destacou o delegado regional Tiago Veiga.

De acordo com o delegado Danilo César Basílio,  a organização atuou por muito tempo na região de Formiga. “A operação foi deflagrada no dia 30 de abril com mais de 40 mandados de busca e, naquela data, infelizmente, o líder da organização conseguiu fugir um dia antes e, até então, permanecia foragido. A Polícia Civil se manteve empenhada e tivemos a informação onde esse líder poderia estar escondido. Fizemos vigilância em um prédio na cidade de Divinópolis e por volta das 14h dessa terça-feira, flagramos um veículo saindo desse prédio e realizamos acompanhamento”.

Segundo relatos do delegado, o indivíduo percebeu a presença da polícia e empreendeu fuga, realizando direção perigosa e colocando pessoas e veículos em risco. “Em determinado momento, o veículo do indivíduo colidiu contra a viatura da polícia e realizamos a prisão dele, finalizando essa operação”, explicou Danilo César

A operação foi dividida em três núcleos, juntamente com o apoio do Ministério Público. Todos os integrantes do núcleo principal já estão presos. Um segundo núcleo era composto dos responsáveis pela lavagem de capital, envolvendo alguns empresário e agiotas. Já os membros do terceiro núcleo são os traficantes das pontas, que recebiam as drogas.

Ainda de acordo com o delegado Danilo César, “O indivíduo contou com a ajuda de familiares e amigos no tempo em que esteve foragido.  Ele é natural de Ituiutaba e tinha atuação primária atualmente em Formiga e tinha ramificações grandes em Divinópolis, comarca em que é suspeito de ser o mandante de vários homicídios”.

A operação deflagrada em abril foi realizada em Formiga, Arcos, Campos Altos, Córrego Fundo e Pimenta, e contou com cerca de 200 policiais; 42 mandados de busca e 12 prisões efetivadas.

Segundo as investigações, estavam envolvidas ainda uma empresa de turismo do Mato Grosso, em uma cidade com divisa com a Bolívia, e uma empresa em Cuiabá, no seguimento de veículos de luxo.

Do nome da operação

Sobre o nome dado a Operação, ele vem da mitologia grega “O leão de Neméia” que era uma fera com pelo impenetrável para as armas humanas, cujo rugido era ouvido a quilômetros de distância. Todos que tentavam derrotar o animal acabavam derrotado, por exceção de Hércules, o herói grego.

Com sua clava, Hercules acertou a cabeça do animal com extrema força, fazendo com que ele desmaiasse. Dessa forma, o herói estrangulou o animal e retirou sua pele com as próprias garras do animal, considerando que nada criado perfurava a pele dele.

A partir de então Hércules passou a usar sua pele como um manto protetor, com a cabeça do leão servindo-lhe de elmo.

Prisão do chefe da organização ocorreu em julho do ano passado-coletiva de imprensa realizada no dia 21 – (Foto: Glaudson Rodrigues/Últimas Notícias)

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