A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu, nessa quinta-feira (21), não incluir os medicamentos à base de semaglutida e liraglutida no tratamento da obesidade oferecido pelo Sistema Único de Saúde. A semaglutida é o princípio ativo dos remédios Ozempic e Wegovy, enquanto a liraglutida está presente no Saxenda.
A proposta analisava a oferta da semaglutida para pessoas com obesidade e histórico de doença cardiovascular, sem diagnóstico de diabetes, a partir dos 45 anos. Já a liraglutida seria destinada a pacientes com obesidade associada ao diabetes tipo 2.
Segundo a Conitec, o alto custo das chamadas “canetas emagrecedoras” foi o principal obstáculo para a incorporação. Em maio, a comissão já havia emitido parecer contrário, estimando que apenas a semaglutida poderia gerar gastos de pelo menos R$ 3,4 bilhões em cinco anos. Na ocasião, também foi destacada a necessidade de acompanhamento multiprofissional, incluindo suporte psicológico, o que dificultaria a adoção em larga escala na rede pública.
Após o parecer, foi aberta uma consulta pública em junho para ouvir especialistas e a sociedade sobre o tema. Em julho, durante a cúpula dos Brics no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a incorporação dependeria da comprovação de eficácia dos medicamentos.
No início de agosto, a Fiocruz anunciou um acordo com a farmacêutica EMS para produzir versões nacionais da semaglutida e da liraglutida. A fabricação em instituição pública poderia reduzir os custos e facilitar a oferta pelo governo, mas ainda depende de aprovação da Conitec.
Com informações do Itatiaia