A Federação Mineira de Futebol (FMF) emitiu nota nesta quinta-feira (13) em que admite erros da Comissão de Arbitragem (CA) no clássico entre Cruzeiro e Atlético, pelo Campeonato Estadual. A entidade entendeu que o juiz Felipe Fernandes de Lima poderia ter sido chamado para uma análise detalhada na cabine em duas oportunidades.
Dirigentes do Cruzeiro, dentre eles o CEO Alexandre Mattos, se reuniram nesta quinta (13) com a Comissão de Arbitragem (CA) do jogo para ouvirem os áudios do VAR do clássico. No confronto em questão, o Atlético venceu o maior rival por 2 a 0, no Mineirão, em Belo Horizonte, em partida marcada por polêmicas.
A pedido do Cruzeiro, a FMF tomou a decisão de não convocar o árbitro Rodolpho Toski Marques, que estava no VAR, para as partidas da semifinal do Estadual. Além disso, na nota, a entidade deixou aberta a possibilidade de qualquer outro clube se reunir com a Comissão de Arbitragem (CA) em outras oportunidades.
Lances polêmicos e pronunciamentos
Pisão de Lyanco
Inicialmente, a direção celeste reclamou de um pisão do zagueiro Lyanco no braço do atacante Dudu, aos 18 minutos do primeiro tempo. O Cruzeiro cobrou a expulsão do atleticano, que não aconteceu. Já na reunião desta quinta (13), a comissão de arbitragem admitiu que o árbitro deveria ser chamado para uma “análise detalhada” na cabine do VAR.
“Na reunião, foi relatado que o lance envolvendo os atletas Lyanco, do Atlético, e Dudu, do Cruzeiro, foi acidental, na visão da Comissão de Arbitragem. Porém, como o árbitro central da partida não viu o lance no campo, a CA entende que ele poderia ter sido alertado pelo árbitro de vídeo, Rodolpho Toski Marques, para uma análise detalhada e decisão interpretativa por parte do árbitro de campo, Felipe Fernandes de Lima”, divulgou a FMF.
Expulsão de Gabigol
Ainda que a direção do Cruzeiro tenha concordado publicamente com a expulsão de Gabigol, o tema foi abordado na reunião desta quinta (13). O centroavante celeste acertou cotovelada no rosto de Lyanco aos 26 minutos. Em um primeiro momento, o árbitro aplicou o cartão amarelo, mas foi chamado ao VAR, voltou atrás e mostrou o vermelho.
“Na expulsão do atacante Gabriel Barbosa, a FMF também apresentou as imagens e áudios, em que ficou nítido que o árbitro de campo não argumentou que o atleta Lyanco, do Atlético, estava com a cabeça abaixada. Portanto, o árbitro de vídeo interpretou como agressão e convocou o árbitro de campo para avaliar o lance. Após analisar as imagens na ARA, ele aplicou o cartão vermelho”, publicou a entidade.
Falta no segundo gol
O segundo gol do Atlético também contou com polêmica. Aos 43 minutos do segundo tempo, o atacante Hulk correu em profundidade para receber passe de Cuello e estufar as redes. Porém, enquanto fazia o ‘facão’, ele acertou o zagueiro Fabrício Bruno, do Cruzeiro. Para a CA, o árbitro deveria ter sido convocado à cabine para revisar o lance e analisar uma possível falta.
“No lance do segundo gol do Atlético, em jogada envolvendo Hulk e Fabrício Bruno, a FMF entende que deveria ter sido feita uma análise mais detalhada por parte do VAR, com o uso do zoom”, divulgou a FMF. O lance, inclusive, ganhou os holofotes apenas no dia seguinte do jogo, quando torcedores cruzeirenses começaram a reclamar de falta.
Veja a nota divulgada pela FMF
“A Federação Mineira de Futebol informa que foi realizada nesta quinta-feira, na sede da entidade, uma reunião com integrantes da diretoria do Cruzeiro Esporte Clube. Participaram da reunião pela FMF, o diretor de competições Gabriel Cunha, o presidente da comissão de arbitragem Márcio Eustáquio Santiago e o Chefe de Gabinete da Presidência, Daniel Las Casas.
O primeiro ponto a ser esclarecido é que, conforme o atual protocolo da Comissão de Arbitragem (CA), os clubes que tiverem qualquer questionamento em relação à arbitragem dos jogos, podem solicitar o acesso aos áudios e vídeos do VAR, o que é feito em reunião realizada diretamente entre a CA e o clube interessado. O objetivo é evitar distorções e/ou edições nos áudios e vídeos dos lances analisados.
Na reunião, foi relatado que o lance envolvendo os atletas Lyanco, do Atlético, e Dudu, do Cruzeiro, foi acidental, na visão da Comissão de Arbitragem. Porém, como o árbitro central da partida não viu o lance no campo, a CA entende que ele poderia ter sido alertado pelo árbitro de vídeo, Rodolpho Toski Marques, para uma análise detalhada e decisão interpretativa por parte do árbitro de campo, Felipe Fernandes de Lima.
Na expulsão do atacante Gabriel Barbosa, a FMF também apresentou as imagens e áudios, em que ficou nítido que o árbitro de campo não argumentou que o atleta Lyanco, do Atlético, estava com a cabeça abaixada. Portanto, o árbitro de vídeo interpretou como agressão e convocou o árbitro de campo para avaliar o lance. Após analisar as imagens na ARA, ele aplicou o cartão vermelho.
No lance do segundo gol do Atlético, em jogada envolvendo Hulk e Fabrício Bruno, a FMF entende que deveria ter sido feita uma análise mais detalhada por parte do VAR, com o uso do zoom.
Ainda esclarecemos que, por conta da renovação da licença do árbitro Igor Junio Benevenuto, que atualmente está em Dubai, a FMF convidou para os jogos do Mineiro SICOOB 2025 os árbitros de vídeo de outro estado, Rodolpho Tosky Marques e Wagner Reway, ambos FIFA, que estão prestando serviços como VAR nos jogos da FMF desde a temporada 2024.
A FMF reforça que a reunião com o Cruzeiro foi transparente, colaborativa e cordial e que, diante das alegações do clube e da avaliação da FMF, o árbitro de vídeo Rodolpho Toski Marques não participará das fases decisivas do Campeonato Mineiro”, divulgou a FMF.
Fonte: Pedro Leite/Itatiaia