Pesquisadores anunciaram nessa semana a descoberta de um gene cujas mutações podem transformar uma simples gripe em uma infecção potencialmente mortal, uma encefalite.

“É uma nova doença genética que foi identificada”, explicou em um comunicado o instituto de pesquisa genética parisiense Imagine.

“Ela se traduz em uma vulnerabilidade extrema a infecções virais normalmente sem gravidade, atingindo particularmente o tronco cerebral”, acrescentaram.

O gene em questão, chamado DBR1, nos torna desiguais diante de vírus comuns presentes em nosso meio ambiente: influenza (responsável pela gripe), norovírus (que causa gastroenterite) e HSV1 (herpes tipo 1).

Os pesquisadores do instituto Imagine e do instituto Rockefeller, de Nova York, provaram que, em algumas crianças, uma série de mutações nesse gene perturba a defesa contra esses vírus.

Na grande maioria das crianças, as defesas imunológicas tornam essas doenças benignas. Mas em outras, o vírus causará uma complicação muito séria – uma encefalite viral grave, infecção do tronco cerebral – que é responsável por várias funções vitais.

Expectativas

  “Essa descoberta melhorará o diagnóstico, o aconselhamento genético às famílias e o tratamento de pacientes com sinais de uma tal infecção”, ressaltou o instituto Imagine.

A principal autora do artigo, que descreve esta descoberta na revista científica “Cell”, Shen-Ying Zhang, procura agora “criar e estudar modelos que reproduzam a doença para melhor preveni-la e tratá-la”, segundo seu laboratório.

 A OMS estima que as epidemias de gripe são responsáveis pela morte de entre 290 mil e 650 mil pessoas no mundo por ano.

OMS monitora vírus para atualizar vacina

Todo ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenta acertar quais serão os vírus que circularão no inverno seguinte para tentar determinar a composição da vacina. “Os vírus evoluem constantemente”, diz a médica Wenqing Zhang, responsável do Programa Mundial de Luta contra a Gripe. Os vírus da gripe responsáveis pelas epidemias sazonais são de dois tipos: A – dividido em subgrupos, principalmente H1N1 e H3N2 – e B. Duas vezes por ano, a OMS emite recomendações sobre a composição das vacinas para o inverno seguinte: em fevereiro para o hemisfério Norte e em setembro para o Sul. Quanto mais vírus envolvidos na composição coincidirem com os que circulam no inverno, mais eficaz é a vacina. “Mas não podemos dizer com certeza quais vírus vão circular em oito meses”, diz Wenqing.

 

 

Fonte: O Tempo ||

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