A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou em seu site, resultado de sua pesquisa sobre o índice de inflação, dos últimos 12 meses, dos gastos com veículos no Brasil.

Os índices mostram objetivamente o percebido pelos proprietários e usuários, com aumento de preços em todos os quesitos de gastos ligados a veículos.

A FGV afirma: “É lugar-comum dizer que manter um carro é muito caro no Brasil. Essa máxima nunca foi tão verdadeira quanto hoje: os itens envolvidos com aquisição e manutenção de veículos subiram quase o dobro da inflação geral nos últimos 12 meses, segundo os dados mais recentes do IPC-10 da FGV. Enquanto o índice global registrou aumento de 9,57% em 12 meses, a inflação ao motorista chegou a 18,46% no mesmo período”, quer dizer, a inflação ao motorista foi o dobro de outros itens de nossa vida.

Os combustíveis são os campeões em reajuste, com 40,46% da gasolina, 64,45% do etanol e o GNV, de carro a gás, aumentou 37,11% nos últimos 12 meses. Esses reajustes têm gerado intensos debates entre os candidatos a presidente da república em 2022 e o governo, como a criação de subsídios, o fim da paridade de preços dos derivados do petróleo ao dólar, a defesa da privatização da companhia, a retirada de impostos, etc. Enquanto isso, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tomou a decisão política de trocar o presidente da empresa, de caráter simbólico, pois não temos sinalização de mudanças efetivas na forma de reajuste dos combustíveis praticados pela Petrobras.

Os preços dos veículos novos ficou 11,27% mais caro, as motos novas aumentaram 7,85% e o automóvel usado aumentou 8,44%, em média, nos últimos 12 meses.

O aumento dos preços dos veículos, de forma geral, gerou na mesma medida, o aumento dos preços de manutenção dos veículos (peças, mão-de-obra, etc.) e também dos valores dos seguros.

A inflação ao motorista tem sido percebida no dia a dia, com a diminuição do número de carros circulando nas cidades, mas o índice da inflação ao motorista, constatado pela FGV de 18,46% nos últimos doze meses, é pequeno quanto ao sentido pontualmente pelos consumidores em seus gastos diários e na perda do poder aquisitivo, como a disparada do preço do combustível, dos veículos e dos seguros.

Assusta a inflação ao motorista, mas o impacto maior na vida do cidadão em geral não foi objeto da pesquisa da FGV, que é a repercussão do aumento do preço do diesel no preço do principal modal de transporte do país, o rodoviário, gerando reajustes em cascata em toda a cadeia de alimentos, com reflexos diretos na alimentação dos brasileiros. Esse efeito é o principal a ser evitado pelas autoridades públicas, evitando o aumento da fome, da miséria e da carestia no país, relembrando os tristes momentos vividos pelo país após a crise do petróleo de 1973, com a disparada da inflação e dos juros.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

 

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