A cada dez pessoas consultadas sobre a doação de órgãos de parentes com morte cerebral, quatro se negam a doar. Para tentar reduzir esse número, começou nesta segunda-feira (23), a Semana Nacional de Doação de Órgãos que visa mobilizar a população para a importância de informar aos parentes o interesse de ser doador.
No Brasil, o índice de doadores por milhão de habitantes está bem abaixo do que em outros países. Em 2011, o número foi de 10,7 doações a cada milhão de pessoas. Na Espanha, esse índice foi de 35,3; na Croácia 35 e na Bélgica 29,3. A meta estipulada pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) é de alcançar a marca de 20 doadores a cada milhão de habitantes até 2017.
Na avaliação do presidente da ABTO, José Osmar Medina Pestana, o principal fator que leva os familiares a recusar a doação é o desconhecimento da vontade de doação da pessoa ainda em vida. ?Sempre que o indivíduo se manifesta a favor da doação os familiares autorizam?, afirma.
Atualmente, 30 mil pessoas aguardam na fila do transplante de algum órgão no país. O número é 25 vezes maior que os transplantes que foram feitos no Brasil de janeiro a junho deste ano (1.273). A maior lista de espera é por rim (20 mil pessoas), seguido córnea (6.000), fígado (1.300). Coração e Pulmão são os órgãos com a menor fila, porém são transplantes mais complexos. São 200 pessoas esperando por um novo coração e 170 por um novo pulmão.
A campanha deste ano contou com o apoio do magnata Chiquinho Scarpa que pregou uma peça anunciando que iria enterrar o seu carro Bentley, que custa R$ 1 milhão. Após passar uma semana sendo criticado, ele revelou que a atitude fazia parte da campanha, dizendo que as pessoas enterram algo mais valioso que o carro, que são os órgãos.

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