O ex-presidente da Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE), que mantém a Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), de Três Corações (MG), foi preso na manhã desta terça-feira (10) pela Polícia Federal. O professor Leandro Rodrigues de Souza é um dos investigados da “Operação Jadobe”, que apura o desvio e lavagem de dinheiro da Unincor e sua mantenedora.

Segundo a Polícia Federal, a prisão ocorreu em Belo Horizonte. O professor também foi candidato a prefeito de Três Corações nas eleições de 2020. Ele será levado para a sede da PF em Varginha (MG) e após prestar depoimento, será levado para uma unidade prisional. Ele é apontado como chefe do esquema de irregularidades nas instituições de ensino.

Em março, a Polícia Federal deflagrou uma operação contra os crimes de desvio e lavagem de dinheiro na instituição de ensino superior e sua mantenedora. A operação foi nomeada de “J’Adoube”. Segundo a PF, durante as investigações foi apurado que a fundação tinha grande volume de débitos tributários e previdenciários com a União já vencidos. O valor era de cerca de R$ 92 milhões. Além disso, havia também dívidas trabalhistas de processos judiciais com trânsito em julgado, que não foram pagos.

Professore em greve

Professores e funcionários da Universidade Vale do Rio Doce, a Unincor, reivindicaram a troca de gestores da instituição. Cinco funcionários que seguiam à frente da universidade são acusados pelo Ministério Público de crimes de desvio e lavagem de dinheiro.

Os professores da Unincor estão de greve desde o início de abril. Eles querem pressionar a instituição de ensino a regularizar as pendências trabalhistas que se arrastam há anos.

Segundo o sindicato que representa a categoria, metade dos professores da instituição aderiram à greve. Na noite do dia 20 de abril, eles fizeram uma carreta pelas principais ruas da cidade. O protesto contou com a participação de professores, alunos e funcionários. A negociação entre corpo docente, sindicato e universidade enfrenta dificuldades.

 

A operação

A Polícia Federal deflagrou em março uma operação contra os crimes de desvio e lavagem de dinheiro na instituição de ensino superior e sua mantenedora. Os investigados da ação da PF são a Universidade Vale do Rio Verde (Unincor) e a Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE).

A operação foi nomeada de “J’Adoube”. Segundo a PF, durante as investigações foi apurado que a fundação tinha grande volume de débitos tributários e previdenciários com a União já vencidos. O valor era de cerca de R$ 92 milhões. Além disso, havia também dívidas trabalhistas de processos judiciais com trânsito em julgado, que não foram pagos.

Ainda de acordo com a PF, os dirigentes da FCTE e titulares de empresas criadas para atividades ilícitas teriam desviado valores das mensalidades dos cursos oferecidos, ao longo de mais de três anos. Estes valores deveriam ser incluídos nas contas da FCTE para o pagamento de encargos correntes e dívidas.

Após a operação, a Polícia Federal pediu ao Ministério Público o afastamento de pessoas que fazem parte da diretoria da Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE), mantenedora da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor).

A Secretária de Educação de Varginha (MG), Gleicione Aparecida Dias, também foi afastada das funções por tempo indeterminado. Ela é suspeita de fazer parte do esquema investigado pela PF.

 

O que diz a instituição

Em nota de esclarecimento divulgada à imprensa, a Fundação Comunitária Tricordiana de Educação – FCTE, mantenedora da Unincor, informa que tem acompanhado de forma exaustiva todas as informações divulgadas pela Polícia Federal e pela mídia, no que diz respeito às investigações envolvendo os diretores da IES.

A instituição diz ainda que o departamento jurídico da fundação está atento às investigações e após análise minuciosa, a FCTE irá se pronunciar.

A nota afirma ainda que a atual gestão assumiu a instituição em 2013, quando ela passava por uma crise financeira e que, desde então, ela se reestruturou, colocando salários em dia e investimentos em corpo docente e novas estruturas.

A fundação também informou em nota enviada à EPTV, que possui um procedimento de pagamento de credores junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na vara de Execuções e Precatórios de Belo Horizonte. Até o momento, conforme a instituição, já foram pagos mais de R$ 20 milhões.

 

Fonte: G1

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