O prefeito de Formiga, Eugênio Vilela (PP), em entrevista ao jornal Estado de Minas nesta quinta-feira (7), disse que vai aderir à greve de prefeitos se for essa a deliberação dos chefes do Executivo de cidades do Estado.

Segundo ele, a cidade tem um rombo de R$10,66 milhões não pagos pelo governo de Minas. A maioria é devida na saúde. “Se fizermos greve vamos prejudicar o cidadão, então temos que ver qual será a posição, mas qualquer que for ela vamos aderir”, disse.

O prefeito afirma que a dívida da saúde vem desde 2013, mas que a maior parte seria de responsabilidade do atual governo. “Temos que usar recursos próprios que poderiam estar em outras áreas para cobrir esse furo. Já fomos atrás de deputados e secretaria para pedir os recursos e até agora nada”, diz.

De acordo com o presidente da Associação dos Municípios Mineiros (AMM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda (MDB), a possível paralisação atingiria transporte escolar, saúde, assistência social e o suporte dado às polícias Militar e Civil, Emater e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) – nestes últimos os prefeitos pagam combustível, aluguel e outras contas necessárias ao funcionamento, como telefone, energia, água e limpeza.

A decisão por parte dos prefeitos filiados à Associação Mineira de Municípios (AMM) se vão cruzar os braços como forma de pressionar o governador Fernando Pimentel (PT) a pagar uma dívida com as prefeituras que, segundo levantamento da entidade municipalista, chega a R$5,9 bilhões, ocorrerá no dia 19 de junho.

De acordo com o presidente da AMM, a paralisação dos serviços pode ocorrer de qualquer forma, já que as prefeituras não estão mais conseguindo segurar as contas. “O governo está atrasando salário dos professores e agora nos impondo fazer o mesmo com a rede municipal, porque não está repassando o Fundeb [Fundo da Educação Básica]. O que vamos fazer é apenas decidir se paramos tudo junto para ter um impacto, porque as cidades já estão parando por causa da falta de recursos”, disse.

Somente no município de Moema, o prefeito diz que o governo deve cerca de R$2 milhões. “Isso em uma cidade onde R$1 faz diferença. Tem município que não depende do estado, como Belo Horizonte, segundo disse o prefeito Alexandre Kalil, mas você pega uma cidade com 10 mil habitantes e ela depende diretamente do governo”.

Sul do Estado

Em Itajubá, no Sul de Minas, o prefeito Rodrigo Riera (MDB) diz que a situação está ficando caótica. “Estávamos contando com esses repasses, o rombo vai machucar o bom andamento do ano, está se tornando impossível de governar”, disse.

Riera disse que quando a Lei de Responsabilidade Fiscal foi criada em 2000 havia uma previsibilidade na administração, mas o atraso nos repasses tem dificultado a vida dos gestores. “É preciso que seja feita alguma ação até por prudência, para não sermos responsabilizados no futuro. Nenhum administrador consegue governar sem previsibilidade”.  A dívida com Itajubá, segundo ele, chega a R$35 milhões, sendo a maior parte na saúde.

governo de Minas foi procurado pelo Estado de Minas para informar sobre a dívida, mas ainda não se manifestou.

 

 

Fonte: Estado de Minas||https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/06/07/interna_politica,965154/prefeitos-de-minas-ameacam-greve-para-cobrar-recursos-de-pimentel.shtml

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