De ‘ex-abandonado’ a cãozinho adotado. A história de um cachorro que foi encontrado dentro de um saco plástico amarrado na zona rural de Varginha (MG) recebeu novos rumos após a adoção nesta sexta-feira (5).
O animal foi encontrado na manhã dessa quinta-feira (4). O resgate foi gravado e o vídeo circulou pelas redes sociais. Agora, com novos ‘aumigos’ e um espaço para morar, ele já tem até nome: Bernhard Johnson.
“Eu escutei os gritos dele. Eu fui lá olhar, aí encontrei ele dentro de um saco amarrado, com um fio de arame por cima, praticamente foi jogado lá”, conta Vitor Galdino, autônomo que salvou a vida do cão.
O Bernhard Johnson foi encontrado em uma lavoura de café na zona rural de Varginha. A sorte é que o local fica perto do curral onde o Vitor trabalha; e foi isso que acabou salvando a vida do cãozinho.
“É uma coisa que o dono que fez isso aí, o sentimento dele é muito pouco, né? Perante a tudo, a gente acha, eu no meu caso, que qualquer animal tem que ser tratado de acordo”, completa Galdino.
O que parecia ser o fim da vida do cachorro, acabou se tornando uma sorte maior ainda. Isso porque além do Vitor, há uma empresa próxima com funcionários que gostam de animais e inclusive já ‘adotaram’ alguns cães que ficam por perto.
“A gente não mede esforços para cuidar deles. Então, a gente ama esses bichinhos. Ele é a segurança da empresa, a gente brinca. E é isso, o amor mais puro e verdadeiro do mundo está ali”, afirma Stephanie Souza, assistente administrativo.
A responsável pelo setor de Defesa e Bem-Estar Animal da Prefeitura de Varginha explica que o canil da cidade está acima da lotação. A orientação, então, é que a unidade não receba animais saudáveis.
“Lembrar que esses animais vão viver em média 13 anos. Então, por 13 anos a gente vai ter que dar alimento, assistência médica veterinária, carinho, amor, tempo, espaço, então, vai haver custos também. E se eu não tenho condição de proporcionar bem-estar para esse animalzinho pro resto da vida dele, não pega, não cuide do animal. Isso é a primeira coisa que a gente tem em mente para evitar o abandono”, afirma Marisley Camillo de Barros Neves, responsável setor de Defesa e Bem-Estar Animal.
Maus-tratos é crime
Os maus-tratos aos animais não se limitam à agressão física, abrangendo qualquer comportamento que coloque em risco a integridade física e emocional dos mesmos.
Segundo Tcharla Toledo, presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB Varginha, isso inclui atos como abandono, ferimento, mutilação, exposição a condições climáticas extremas, aprisionamento em correntes ou coleiras, além da falta de assistência veterinária e alimentação adequada.
A legislação, conforme a advogada, estabelece penas que variam de 2 a 5 anos de prisão, perda da guarda do animal e até aplicação de multa. Essas penalidades podem ser aumentadas em ⅙ a ⅓ em casos de morte do animal.
“É preciso denunciar. Você pode denunciar na prefeitura, no Centro de Zoonoses, Centro de Bem-estar animal, mas a prefeitura vai só recolher o animal até a adoção ou não. Para responsabilizar criminalmente é preciso denunciar para os órgãos competentes. Esses órgãos vão investigar e comprovado o crime de maus tratos a pessoa poderá pegar a pena de prisão”, completa.
Fonte: G1 Sul de Minas