Gabriel Barbosa, o Gabigol, do Cruzeiro, foi a maior vítima de uma quadrilha que desviou salários de jogadores de futebol e é alvo de uma operação conjunta de policiais civis de diferentes Estados, deflagrada na manhã desta terça-feira (24).

Na operação “Falso 9”, apoiada pelo Ministério da Justiça, agentes foram às ruas para cumprir 9 mandados de prisão e 22 mandados de busca e apreensão em Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Almirante Tamandaré (PR) e Lábrea (AM).

Com dois homens apontados como líderes do grupo criminoso, presos em Curitiba, agentes apreenderam celulares, documentos com dados de vítimas e cópias fraudulentas de RGs.

O grupo criminoso teria desviado pouco mais de R$ 800 mil de uma conta de Gabigol. Outra vítima é o argentino Walter Kannemann, do Grêmio, que perdeu R$ 400 mil.

Parte de todo o dinheiro desviado dos atletas foi para moradores de Porto Velho e Cuiabá. Até a mais recente atualização desta reportagem, a polícia havia recuperado cerca de R$ 135 mil dos mais de R$ 1 milhão desviados.

A investigação começou em janeiro, após o setor de prevenção à fraude de uma instituição financeira identificar irregularidades em operações de portabilidade salarial de atletas.

Os criminosos abriam contas bancárias com documentos falsos e dados de jogadores de futebol. Depois, pediam a portabilidade do salário do verdadeiro titular dos dados para a conta fraudulenta.

Assim que os valores eram recebidos, os golpistas transferiam o dinheiro para outras instituições financeiras, compravam produtos e serviços ou faziam saques em caixas eletrônicos, dificultando o rastreamento e a recuperação dos valores.

Após a detecção da fraude, a instituição financeira corrigiu a vulnerabilidade e ressarciu as vítimas, que não tinham conhecimento do golpe, e identificaram, ainda, que, entre os criminosos beneficiários identificados, estão pessoas jurídicas com sede em Cuiabá e Porto Velho, além de indivíduos, que receberam, juntos, mais de R$ 287 mil.

O nome da operação desencadeada nesta terça-feira remete à posição tática no futebol conhecida por sua movimentação enganosa, uma alusão direta ao modus operandi dos criminosos, que se passavam por jogadores para aplicar golpes bancários sofisticados.

 

Fonte: Renato Alves-O Tempo

 

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