Como um enredo digno de uma trama de novela, o Hospital Regional de Ceilândia, localizado na região administrativa do Distrito Federal, se tornou o palco de uma história extraordinária envolvendo as gêmeas Keilla e Kelly de Sousa Martins, de 37 anos. Sem qualquer planejamento, as irmãs, que nasceram na mesma unidade, engravidaram simultaneamente, superaram gestações de alto risco e deram à luz no mesmo dia, em 8 de setembro.
No decorrer das gestações, as gêmeas enfrentaram diversos desafios. Kelly, que já era mãe de Lucas, de 18 anos, e Lorrany, de 6 anos, desenvolveu diabetes gestacional, enquanto Keilla teve que lidar com o descolamento de placenta e sangramento no primeiro trimestre.
Após um doloroso aborto espontâneo em 2018, Keilla temia enfrentar dificuldades para engravidar novamente, mas os exames eliminaram essa preocupação. “Todo mês, era uma expectativa enorme e sempre com aquele medo de um possível aborto. Meu ciclo é muito regular, em dezembro atrasou, fiz o teste e deu positivo“, recorda.
Já Kelly, que não havia planejado, sabia que estava grávida, mas guardava segredo, na torcida para que o sonho de Keilla se concretizasse. “Quando finalmente contei a ela, senti um grande alívio. Nos abraçamos emocionadas, pois quando tínhamos 15 anos, imaginávamos essa possibilidade, já que sempre fazíamos tudo juntas. Esta jornada é um testemunho de fé e um milagre que vivemos juntas. Somos companheiras na vida e na maternidade. Ela é meu braço direito.”
Segundo a secretaria de saúde do DF, Keila deu à luz Isaque às 7h34 da última sexta-feira. Poucas horas depois, às 14h04, a irmã Kelly também se tornou mãe de Laís, sua terceira filha. O conjunto de coincidências logo se tornou o assunto principal no hospital, despertando a curiosidade de muitos que desejavam conhecer essa família.
A técnica de enfermagem Camila Feitosa, que trabalha no HRC há 10 anos, foi quem recebeu as pacientes na maternidade. “É uma história inacreditável e inédita no hospital. É bonito demais ver a união delas.”
Kelly e sua filha Laís já receberam alta hospitalar, enquanto Keilla e Isaque aguardam os resultados de novos exames, já que o bebê apresentou icterícia, um problema comum em recém-nascidos, caracterizado pela coloração amarelada da pele, olhos e mucosas. Se necessário, o tratamento será realizado por meio de fototerapia.
Fonte O Tempo