O governo federal apontou que há “riscos fiscais” da ordem de R$ 16,5 bilhões no orçamento de 2016, em relação ao estimado anteriormente, para cumprir a meta fiscal de um déficit de até R$170,5 bilhões.

A informação consta no relatório de receitas e despesas do orçamento deste ano, documento divulgado pelo Ministério do Planejamento nesta sexta-feira (22).

Entretanto, o governo acrescentou que o ajuste de R$ 16,5 bilhões, no âmbito do Poder Executivo, ocorrerá na “reserva de saldo remanescente para absorção de riscos fiscais, sem comprometimento dos valores previamente distribuídos para os órgãos do governo federal”.

Deste modo, apesar de apontar o risco fiscal, informou que não será feito um bloqueio de gastos na peça orçamentária deste ano.

Receitas e despesas

De acordo com o governo, a revisão das estimativas de receita líquida de transferências a Estados, DF e Municípios demonstra uma queda de R$ 7,9 bilhões em relação a maio deste ano, quando foi feita a estimativa anterior.

Nas estimativas das despesas primárias de execução obrigatória, o governo informou que houve um aumento líquido de R$ 8,6 bilhões na previsão para este ano.

“As projeções desse grupo que apresentaram maiores acréscimos são as relativas aos Benefícios da Previdência Social e às despesas com Pessoal e Encargos Sociais. Soma-se a isso o Apoio Financeiro concedido ao estado do Rio de Janeiro nos termos da Medida Provisória n° 734, de 21 de junho de 2016, no valor de R$ 2,9 bilhões”, acrescentou.

PIB e inflação
Além de apontar riscos fiscais, mas não efetuar bloqueio de gastos, o governo também passou a prever uma contração de 3,1% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Até então, a estimativa oficial era de uma queda maior, de 3,8% para 2016.

Mesmo com essa revisão, a estimativa ainda está mais otimista do que aquela feita pelo mercado financeiro. Na semana passada, os economistas dos bancos, ouvidos pelo Banco Central, previram um “encolhimento” de 3,25% para o PIB neste ano.

O governo confirmou oficialmente, por meio do decreto de programação orçamentária, que a inflação deverá ficar acima do previsto anteriormente e que deverá estourar novamente o teto da meta para este ano – de 6,5%.

Até então, constava uma previsão de inflação de 7%, valor que passou para 7,20% no relatório de receitas e despesas divulgado nesta sexta-feira.

 

Fonte: G1||http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/07/governo-aponta-r-165-bilhoes-em-riscos-fiscais-mas-nao-faz-bloqueio.html

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