A pneumonia causa 4 milhões de mortes, em média, todos os anos no mundo. No Brasil, a infecção é a campeã de internações e a terceira que mais mata, atrás de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), levando 70 mil pessoas a óbito. Com o clima outonal caminhando para o inverno, é preciso tomar ainda mais cuidado para que qualquer gripe não evolua para esse processo inflamatório dos pulmões.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 10% das pessoas com gripe podem ter pneumonia. Por alguma falha no sistema de defesa, a bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo) consegue invadir e se instalar nas vias respiratórias, onde encontra ambiente favorável para se reproduzir e iniciar uma inflamação. Essa bactéria é responsável por três em cada dez casos.

Além da bactéria pneumococo, a pneumonia também pode ser uma infecção causada por fungos ou vírus, segundo o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SMPCT), David Koza. “O diagnóstico é clínico, mas o exame que geralmente confirma é o raio X de tórax. Calafrio, febre, tosse com secreção, dor no peito ao respirar, falta de ar e perda de apetite são os sintomas mais típicos”, diz.

Outros fatores também podem facilitar o aparecimento das pneumonias. “Tabagismo, alcoolismo, pacientes com doenças crônicas renais ou diabéticos, crianças e idosos têm maior tendência a desenvolver quadros mais graves”, afirma Koza.

Prevenção

Nessas situações específicas, porém, a vacina é eficaz e recomendada pelos médicos. Existem outras doenças graves causadas pelo pneumococo e que podem ser evitadas pela vacina, como a meningite.

No entanto, o secretário geral da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Daniel Knupp, alerta sobre os casos de pneumonias atípicas, ou seja, causadas por bactérias menos comuns. “Os sintomas fogem do padrão mais clássico. São quadros mais raros e brandos, mas que podem acometer populações mais jovens”, explica.

Com sintomas parecidos com os de uma gripe – febre e dor no corpo –, o profissional de educação física Bernardo Silva, 25, retardou a busca por ajuda médica. “Só quando comecei a sentir muita dor para respirar é que fui para o hospital”, lembra.

Depois de dois exames de sangue, raio X e tomografia do tórax, veio o diagnóstico de pneumonia atípica. “Como também tive um derrame pleural do lado direito (acúmulo de líquido no pulmão), fiquei 13 dias internado e tive que passar por cirurgia. Por não estar no grupo de risco e ter uma vida ativa, me recuperei rápido”, conta.

Tipo

A pneumonia química é geralmente provocada após a inalação de uma grande quantidade de fumaça tóxica, gerando um quadro de lesão nos pulmões, como aconteceu com alguns jovens que sobreviveram ao incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, em 2013.


Tratamento é à base de antibióticos

O tratamento, seja qual for o tipo de pneumonia, na maioria dos casos, costuma ser ambulatorial e à base de antibióticos. Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor será a evolução do tratamento e menores serão as chances de complicações, segundo o presidente da Sociedade Mineira de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SMPCT), David Koza.

Segundo o médico de família Daniel Knupp, alguns mitos também permeiam a doença. Segundo ele, as recomendações para “levar um agasalho para não pegar uma pneumonia” não fazem sentido. Já quem trabalha em ambiente com ar-condicionado sempre funcionando deve ficar mais atento. “É raro, mas algumas bactérias podem alojar-se em filtros e tubulações de aparelhos mal-higienizados”, afirma.

 

Fonte: O Tempo Online ||

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