O idoso de 80 anos que foi dado como morto e depois achado com sinais vitais no necrotério da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Córrego Fundo, no Centro-Oeste de Minas, sofreu uma parada cardíaca antes de ter o óbito atestado. A informação foi confirmada pela Prefeitura, que afastou o médico responsável e instaurou uma sindicância para apurar o caso. O nome do profissional não foi divulgado.

O caso aconteceu na última quinta-feira (19). O idoso estava internado desde o dia anterior na UPA, em estado grave e sob cuidados paliativos. Após sofrer a parada cardíaca, o médico plantonista declarou a morte. A esposa dele foi chamada pela equipe e informada sobre o óbito.

O corpo foi então levado ao necrotério da própria unidade. Durante a preparação para a remoção, o funcionário da funerária percebeu que o idoso apresentava sinais vitais e alertou os profissionais da UPA. Ele foi reencaminhado para um leito de emergência. A esposa foi chamada novamente e informada de que ele estava vivo.

O paciente permaneceu internado na UPA até o domingo (22), quando foi transferido para um hospital em Santo Antônio do Amparo, no Sul de Minas. Uma pessoa contratada pela família está acompanhando o idoso na unidade, segundo a família.

“O caso dele é complicado. Tem três anos que ele está em cima de uma cama. Ele tem Alzheimer. Mas a família luta com unhas e dentes para manter ele vivo”, contou um parente que não quis se identificar.

A Prefeitura de Córrego Fundo informou que os familiares haviam assinado um “termo de não investimento”, documento que impediu a realização de manobras de ressuscitação e procedimentos invasivos após a constatação do óbito.

Entretanto, a família afirma que quando foram informados da morte do idoso pela UPA, este ”termo de não investimento” ainda não havia sido assinado. Somente após o episódio é que este termo foi levado ao conhecimento dos familiares e assinado pela filha do idoso.

Em nota, o diretor da UPA, Danilo Faria Leal, explicou que o serviço médico da unidade é terceirizado por meio do consórcio público ICISMEP, responsável pela contratação dos profissionais. O g1 entrou em contato com o consórcio, mas ainda não teve retorno.

g1 também não conseguiu contato com a funerária responsável pela remoção até a última atualização desta reportagem.

Fonte: G1 Centro Oeste

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