Nesta terça-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) criticou a publicação do ex-chanceler e atual ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, nas redes sociais, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é retratado como uma marionete do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Em seu perfil no X, a chancelaria brasileira respondeu à provocação afirmando:
“Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza, que provocou a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários”.

O Itamaraty destacou ainda que Israel está sob investigação da Corte Internacional de Justiça (CIJ) por possível crime de genocídio na Faixa de Gaza. Sobre a atuação do ministro israelense, a nota acrescenta:
“Como Ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”.

Contexto da polêmica

Nesta terça-feira, Israel Katz publicou uma ilustração nas redes sociais que mostra o presidente Lula sendo manipulado como uma marionete pelo aiatolá Khamenei. A postagem critica a decisão do governo brasileiro de deixar a Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA, na sigla em inglês).

O ministro da Defesa lembrou que já havia declarado Lula como persona non grata em Israel, em fevereiro de 2024, após o presidente brasileiro comparar as ações das forças armadas israelenses em Gaza ao Holocausto nazista.

“Agora ele revelou sua verdadeira face como antissemita declarado e apoiador do Hamas ao retirar o Brasil da IHRA – o organismo internacional criado para combater o antissemitismo e o ódio contra Israel – colocando o país ao lado de regimes como o Irã, que nega abertamente o Holocausto e ameaça destruir o Estado de Israel”, escreveu Katz no X.

Além disso, Katz afirmou que Israel sabe se defender “contra o eixo do mal do islamismo radical, mesmo sem a ajuda de Lula e seus aliados”. Para ele, o fato de Lula ser presidente do Brasil é uma “vergonha” para o povo brasileiro.

A troca de farpas entre o governo brasileiro e o ministro israelense ressalta a tensão diplomática gerada pelas recentes posições do Brasil em relação ao conflito no Oriente Médio. Enquanto o Itamaraty cobra responsabilidade e investigações sobre ataques em Gaza, Israel rebate com críticas contundentes à postura do presidente Lula, intensificando um embate político e diplomático que pode influenciar as relações bilaterais nos próximos meses.

Com informações do Itatiaia Política

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