O Lago de Furnas, um dos principais reservatórios de Minas Gerais, enfrenta impactos significativos da estiagem prolongada. Fonte essencial para o turismo, piscicultura, geração de energia e diversas atividades econômicas, o lago registrou em setembro de 2025 um volume útil de 48,03%, segundo dados oficiais. Embora o índice seja superior ao de 2024, quando o nível estava em 42%, ainda está distante dos melhores resultados dos últimos anos: 88,18% em 2023 e 62% em 2022.

Em diversas áreas do entorno, locais que deveriam estar cobertos por água agora apresentam extensões de pastagem seca. O nível do lago está abaixo da cota de 762 metros, considerada mínima para garantir o funcionamento adequado das atividades turísticas e econômicas da região.

De acordo com Fausto Costa, secretário-executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), a situação gera preocupações econômicas, sociais e ambientais. Ele destaca que o turismo, responsável por movimentar mais de 50 atividades e impulsionar a economia regional, é um dos setores mais afetados. A piscicultura também sofre com os efeitos da oscilação do nível da água, que deteriora plantações submersas, reduz o oxigênio disponível e compromete o pescado, atingindo pescadores profissionais e artesanais.

Costa ressalta que o problema não se limita à escassez de chuvas, envolvendo também a necessidade de políticas públicas e estratégias de gestão eficientes. Segundo ele, há mais de duas décadas os municípios articulam com órgãos governamentais a adoção de um uso mais racional da água do lago. Embora o reservatório abasteça outras hidrelétricas, ele defende a busca por alternativas de geração de energia para reduzir a dependência hidrelétrica e garantir níveis seguros para a manutenção da economia regional.

A análise jurídica e as discussões em andamento reforçam a urgência de medidas estruturais que assegurem o equilíbrio entre o abastecimento energético e a preservação das atividades ligadas ao Lago de Furnas.

Com informações da Folha Regional

 

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