Um homem de 41 anos, líder religioso, foi preso em decorrência de um mandado de prisão temporária e busca e apreensão, em sua residência, sob a acusação de abuso sexual da enteada, que hoje tem 15 anos, mas que acontecia desde que ela tinha 6. Ele é acusado de estupro de vulnerável. A prisão foi cumprida por policiais da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo as investigações, que tiveram início depois do registro feito por familiares da vítima, relatando os abusos sofridos pela adolescente desde que ela tinha seis anos. Durante declarações, o suspeito confirmou apenas que teria filmado a enteada, negando os outros abusos.

Pelo crime, o líder religioso será indiciado pelo crime previsto no artigo 217-A, c/c artigo 226, II, do Código Penal, bem como no artigo 240, §2º, II, do Estatuto da Criança e Adolescente. A mãe da vítima, também investigada pela Polícia Civil, poderá responder pelo delito de omissão, por saber do que se passava e não ter denunciado.

Segundo os policiais que trabalham no caso, as investigações continuam, pois existe a suspeita de que haja mais vítimas do líder religioso, cometidos em algumas igrejas da cidade.

Entenda

As investigações somente foram possíveis depois que a vítima tomou coragem de fazer a denúncia contra o padastro. Aos policiais, ela contou que era abusada desde pequena. Que o padrasto passava a mão no seu corpo, mostrava-lhe filmes pornográficos, praticava sexo oral, entre outros atos libidinosos.

Ainda segundo a adolescente, o padrasto lhe dava dinheiro para que ela não contasse a ninguém sobre o que acontecia e, ainda, que os abusos ocorreram até 2021, quando ela teve coragem de romper com o ciclo de violência. Houve uma discussão com o padrasto e ele teria feito um buraco na parede do banheiro para filmá-la nua. Ao perceber a manobra, a adolescente também filmou a ação do padrasto e mostrou o vídeo para a mãe, que preferiu acreditar no marido.

Em dezembro de 2021, o namorado da adolescente decidiu contar o que acontecia e sobre os abusos cometidos pelo suspeito a um tio dela, que foi diretamente à mãe da menina. A mãe afirmou que a filha mentia, “pois estava com demônio no corpo”.

Ao ser preso, o padrasto viu as filmagens gravadas pela adolescente, e acabou confessando o delito, tendo alegado que sua atitude seria uma “fraqueza da carne”.

O padrasto e a mãe da vítima, segundo a polícia, foram confrontados por familiares e os dois tentaram persuadir os parentes, a não denunciarem o crime, inclusive se propondo a abrir mão da guarda da vítima, desde que os fatos não fossem revelados à polícia.

Segundo depoimentos, a vítima apresentava mudança de comportamento, como isolamento e tristeza excessiva. Ela estava sob os cuidados dos tios maternos desde a descoberta dos fatos.

Fonte: Estado de Minas

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