Importada dos Estados Unidos, em 2010, para o calendário do varejo nacional, a Black Friday – marcada para o próximo dia 26 – é uma campanha promocional hoje bem aceita pelos brasileiros e responsável por altas expectativas junto aos comerciantes. Tanto que uma pesquisa da Pelando, rede social de compras que mapeia promoções, aponta que mais de 87% dos consumidores pretendem gastar mais neste ano em relação à edição passada.

Em Belo Horizonte, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) estima que o tíquete médio de compras da data na capital vai ficar em R$ 261,72. A expectativa é que cada consumidor compre dois produtos, totalizando R$523,52. “A expectativa é de aumento de 2,64% em relação ao ano passado”, afirma Lucas Pitta, vice-presidente da CDL/BH. Segundo ele, estudos apontam que a data tem potencial para injetar R$2,11 bilhões na economia da capital.

Experiente em compras na data, a estudante de radiologia Jéssica Sanches monta uma verdadeira operação de guerra para conseguir bons descontos. O trabalho começa por monitorar os preços de produtos até seis meses antes da data oficial. “No dia, eu fico no computador acompanhando os preços e meu namorado fica nas lojas físicas. A gente fez uma lista do que queremos. O que estiver com preço bom na loja, ele me avisa por telefone e já comparo com o site. É preciso ficar em alerta porque são mercadorias que acabam, às vezes, em 10 minutos”, conta.

Em busca de descontos reais na Black Friday, Jéssica Sanches passa meses pesquisando

Segundo Jéssica disse já ter percebido, é comum as lojas aumentarem o preço dos produtos um dia antes e, na Black Friday, voltarem com o valor promocional anterior para criar uma sensação de bom negócio. “No mês de novembro, fico basicamente por conta disso”, afirma. Eletrodomésticos e eletrônicos são o foco da estudante esse ano. 

Na edição do ano passado, ela arrematou um smartphone com desconto de R$2.500.

Para evitar decepções, ela não arrisca comprar em sites desconhecidos e costuma monitorar as marcas que já conhece. “Por mais que em outro lugar esteja mais barato, prefiro pagar um pouco mais porque conheço a procedência e sei que são produtos originais”, aconselha.

O professor de direito do consumidor do Ibmec, Tarcísio Henriques Filho, alerta que no período há um aumento de casos que ferem direitos básicos. Para evitar dor de cabeça, é preciso estar atento às informações do fornecedor. “Empresas que vendem na internet precisam obedecer a critérios estabelecidos no decreto 7.962, que fixa exigências como nome, número de inscrição na Receita Federal, endereço físico e demais informações para que a localização do fornecedor esteja disponível de forma fácil e clara nos sites para os consumidores. Quando essas exigências não são cumpridas, o consumidor já precisa ficar em alerta”, orienta.

Como medida de prevenção a golpes, o advogado explica que é essencial documentar o ‘caminho online’ feito para a realização da compra. “Em situação de judicialização no futuro, os órgãos de controle e fiscalização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, Ministério Público ou as polícias, em uma eventual investigação, precisam das informações dos links que o consumidor acessou antes de adquirir o produto”, explica.

Guia para consumidor no Black Friday

Fonte: Hoje em Dia

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