Uma médica de 35 anos, que atua em Pato Branco (PR), é investigada pela Polícia Civil do Paraná após 22 queixas sobre supostos golpes aplicados por ela.
De acordo com os pacientes, ela apresentava falsos diagnósticos de câncer de pele para lucrar com tratamentos ineficazes. Só uma das vítimas teria sido lesada em R$ 13 mil, além de ter ficado com cicatrizes no corpo.
Já na primeira consulta, segundo os pacientes, a médica afirmava que manchas e pintas tinham indício de ser cancerígenas. Ela colhia material e, na consulta seguinte, apresentava um laudo falsificado com diagnóstico de câncer — em seguida, iniciava procedimentos cirúrgicos para tratar a suposta doença, de acordo com os relatos. Alguns pacientes procuraram outros profissionais para pedir uma segunda opinião e, com o laudo verdadeiro, descobriram nunca ter tido câncer.
A médica só aceitava pagamento no dinheiro ou cartão e insistia para que fossem realizados imediatamente, de acordo com o relato do advogado que representa as vítimas ao jornal “O Globo”.
Ele explica que algumas das vítimas começaram a desconfiar do esquema devido a erros nos laudos que ela encaminhava pelo WhastApp. Ao procurarem o laboratório onde o material teria sido analisado, descobriram que os próprios locais haviam poderiam ter sido vítimas de um golpe, já que a médica usaria laudos reais de doentes para falsificar as informações com o nome de seus pacientes.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia no Paraná afirmou, ainda, que ela não tem especialização em dermatologia. A defesa da médica afirmou a “O Globo” que não “existe qualquer acusação formal” contra ela e que, se houver uma ação penal contra a sua cliente, os pontos serão confrontados. Caso os relatos dos pacientes sejam comprovados, ela poderia responder pelos crimes de estelionato, lesão corporal e falsificação de documento particular. O advogado da profissional avalia, contudo, que não há provas de crimes.
Fonte: O Tempo