O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, defendeu nesta quarta-feira (24) a democratização do mercado de capitais no Brasil e uma atuação mais intensa do banco público de fomento em setores estratégicos, como descarbonização, inovação e economia verde. A declaração foi feita durante evento na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Mercadante destacou que um mercado secundário forte e um mercado primário consistente são fundamentais para impulsionar a industrialização e a inovação. “Especialmente nesses tempos que nós temos que ter mais velocidade, mais agilidade, mais capacidade de inovação”, afirmou.
O mercado de capitais é o ambiente financeiro onde são negociados valores mobiliários, como títulos de dívida, ações de empresas e cotas de fundos de investimento. No mercado primário, as empresas emitem esses ativos para captar recursos. Já no mercado secundário, os títulos são negociados entre investidores, geralmente em bolsas de valores.
Durante o evento, Mercadante comparou a participação da população brasileira no mercado de ações com a de outros países. Segundo ele, enquanto 48% da população dos Estados Unidos investe em bolsa de valores, esse índice é de 16% na China, 11% na Índia e apenas 2% no Brasil. “Então, o desafio de democratizar o mercado de capitais”, disse.
O encontro contou com representantes do setor financeiro, como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e os bancos Itaú, XP e BTG. Mercadante acredita que é possível tornar o investimento em renda variável mais seguro para o cidadão de renda média. “Que pense a sua aposentadoria, a sua pensão, a segurança da sua família em renda variável”, afirmou.
Também presente no evento, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou o efeito multiplicador do mercado de capitais. “Cada R$ 1 ajuda alavancar R$ 3,4, uma alavanca importante para a gente poder crescer, gerar ainda mais emprego, mais renda”, disse Alckmin, que ocupa o cargo durante viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos.
Alckmin apontou ainda os setores de saúde, biotecnologia, startups e minerais críticos como estratégicos para receber investimentos. Esses últimos são matérias-primas altamente demandadas por tecnologias ligadas à transição energética.
Com informações da Agência Brasil