Minas está em plena campanha de vacinação contra a influenza desde o início de abril. Mesmo com intensos chamamentos em todo o Estado e edições de Dia D para imunização em várias cidades, a cobertura ainda não alcançou metade do público alvo. De acordo com dados divulgados pelo Governo do Estado nesta terça-feira (10), até a última quinta (6) foram aplicadas 4.826.250 doses, com cobertura de 41,89% no público prioritário.
Fazem parte deste grupo crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, pessoas com doenças crônicas, povos indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde, professores, pessoas em situação de rua, profissionais dos Correios, entre outros.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, destaca a importância de a população estar com a vacinação em dia, especialmente devido ao alto número de casos de doenças respiratórias – esta semana, o Hospital Sofia Feldman abriu 10 leitos em UTI para mulheres em estado grave e nessa segunda (9) o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) publicou editais de chamamento público para a contratação emergencial e temporária de profissionais da saúde para o Hospital Governador Israel Pinheiro em razão do cenário epidemiológico de doenças infecciosas virais – especialmente a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
“A vacinação em dia é fundamental para evitarmos o agravamento dos casos e novos óbitos, especialmente entre os públicos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Este ano, os casos de doenças respiratórias pediátricas aumentaram bastante em relação a 2024, e a maioria dos óbitos tem ocorrido entre não vacinados. Isso demonstra que a vacina salva vidas”, ressalta.
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir complicações causadas pelas síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), como a influenza e a Covid-19. Dados da SES-MG mostram que, entre 2023 e 2025, a maioria das mortes por essas doenças ocorreu entre pessoas com o esquema vacinal incompleto ou desatualizado.
Segura e acessível, a imunização está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em vacimóveis que percorrem o Estado. Entre os óbitos por influenza, 83,9% ocorreram em pessoas com vacinação anterior à temporada vigente ou esquema incompleto; 11,9% não estavam vacinadas.
Casos de Covid-19
Para a Covid-19, 75,7% das mortes foram de pessoas com vacinação atrasada ou incompleta, e 8,3% entre não vacinadas.
As mortes concentram-se principalmente em crianças de 0 a 9 anos e idosos com mais de 60, reforçando a importância da vacinação como medida de proteção individual e coletiva.
“Minas tem estrutura para vacinar toda a população e, se necessário, vamos solicitar mais doses ao Ministério da Saúde. Manter o cartão de vacina em dia é um gesto de cuidado com a própria saúde e com a saúde de todos”, alerta Baccheretti.
Além da vacinação, o Governo de Minas reforçou a rede hospitalar durante o período de maior circulação dos vírus respiratórios. Foram abertos 54 novos leitos, incluindo dez de UTI pediátrica no Hospital João XXIII; dez de UTI neonatal, dez de UTI adulto e dez de enfermaria no Hospital Júlia Kubitschek; e dez leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin) e quatro de UTI neonatal na Maternidade Odete Valadares.
No sábado (7/6), o Hospital Eduardo de Menezes também abriu quatro leitos de enfermaria adulto, totalizando 58 novos leitos estaduais voltados ao enfrentamento das doenças respiratórias. Outros seis leitos serão abertos ao longo da semana.
“Essa ampliação é fruto de um trabalho integrado entre a Fhemig e a Secretaria de Saúde. Nosso objetivo é garantir que nenhum paciente grave fique sem assistência, especialmente neste período”, reforça o secretário.
A vacina protege contra os vírus H1N1, H3N2 e influenza B — principais causadores das formas graves da doença. A imunização reduz internações e complicações como a SRAG.
Fonte: Agência Minas