A queda do número de casos de dengue nos últimos dois meses em Minas Gerais pode servir de alívio para as autoridades de saúde. Mesmo assim, o número de pessoas com a suspeita da doença e de moradores que morreram em decorrência da enfermidade em 2016 nunca foi tão grande no Estado. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira (29)  mostram que foram registrados 518.656 casos prováveis de dengue, valor 164,4% maior do que todo o ano passado e 25,1% superior do que em 2013, período até então considerado a maior epidemia.

Não é apenas o número de infectados com a doença transmitida pelo Aedes aegypti que preocupa. O número de mortes também já é o mais alto da história. Até esta quarta-feira, 163 pessoas perderam a vida em decorrência da dengue em Minas Gerais neste ano. O número é 114,4% superior do que 2015, que teve 76 mortes. Se comparado com 2013, período que perdeu o título de maior número de mortes, com 117, a alta é de 39,3%. A situação em 2016 pode ser ainda pior, pois 161 óbitos ainda estão sendo investigados.

Belo Horizonte ganhou o posto negativo da cidade com o maior número de mortes neste ano, foram 39 no total. Em seguida, vem Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 35, Uberaba, no Triângulo, com 8, Itaúna, na Região Centro-Oeste, com 6, Contagem, na Grande BH, Divinópolis e Pará de Minas, ambas da Região Centro-Oeste, com 5 cada. Segundo a SES, 81,5% das vítimas apresentavam doenças associadas. Mais da metade dos óbitos são de pacientes acima de 65 anos. Exames feitos nos doentes mostram que dois tipos de vírus da dengue estão circulando no estado. A do tipo 1 é a mais comum. Já o tipo 2 foi detectado em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em três pessoas.

Analisando o número de notificações da doença, que engloba as confirmações e suspeitas, podemos notar uma diminuição ao longo do ano. Em janeiro, foram 63.833 casos, e fevereiro 143.943. Em março, Minas registrou o pico da doença em 2016, chegando a 159.567. De lá até esta quarta-feira, percebemos quedas significativas. Em abril, foram 116.943 casos, maio, 31.877, e em junho, dados parciais indicam 2.493 casos.

Zika e chikungunya

Outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti também seguem em alta. Minas Gerais já registrou 4.344 casos de zika e ainda investiga 9.614 notificações suspeitas. Exames descartaram 1.885 suspeitas. A maioria dos casos foram confirmados por critério clínico epidemiológico em municípios com comprovada circulação do vírus. O parâmetro segue o protocolo do Ministério da Saúde, que estabelece que, quando o vírus circula em determinado local, não é preciso realizar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico da doença.

O número de grávidas com zika já chega a 275. Outros 604 casos estão sendo apurados. Montes Claros, no Norte de Minas, lidera a lista de número de gestantes com a doença: 41 no total. Em seguida vem Belo Horizonte, com 38, Ipatinga, no Vale do Aço, com 34, Sete Lagoas, na Região Central, com 28, e Coronel Fabriciano e Governador Valadares, na Região do Rio Doce, com 18 cada.

Já em relação à febre chikungunya, o número de casos chegou a 93. Minas já teve 1.784 notificações da doença, sendo que 972 já foram descartadas e outras 719 seguem em investigação.

 

 

Fonte: Estado de Minas ||http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2016/06/29/interna_gerais,778272/minas-tem-alta-de-164-de-casos-suspeitos-de-dengue-e-de-114-nas-mort.shtml

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