Minas Gerais é o primeiro Estado a oferecer exame de saúde auditiva para recém-nascidos, conhecido como teste da orelhinha. Com recursos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), 12 maternidades mineiras realizam a Triagem Auditiva Neonatal (TAN), única avaliação que detecta uma possível surdez em bebês nos primeiros 30 dias de vida.
Até dezembro de 2010, o exame estará presente em outras 33 maternidades no Estado. A Secretaria de Saúde já investiu cerca de R$ 150 mil na compra de equipamentos para a triagem, o que garante a realização de 3 mil exames por mês em média,. Nossa expectativa é levar a TAN para todas as regiões, explica a fonoaudióloga Gabriela Cintra, referência estadual em Saúde Auditiva.
O exame foi estabelecido pela resolução nº 384 da CIB – SUS/MG (Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais), de 18 de outubro de 2007. As crianças nascidas em hospitais da rede pública devem realizar o teste até 30 dias após o parto.
A triagem não é capaz de determinar a existência de um problema auditivo, mas é fundamental, já que indica se o bebê precisa ou não realizar exames complementares. Embora o diagnóstico precoce não determine a cura, ele possibilita intervenções clínicas que impedirão outros transtornos provenientes da surdez, como a dificuldade da fala. Gabriela explica que se a criança não consegue ouvir nos dois primeiros anos, terá sérias dificuldades em se comunicar.
O exame é composto de duas etapas. Na primeira, uma pequena sonda é colocada no canal externo do ouvido do bebê. O equipamento emite sons que estimulam o aparelho auditivo e a resposta do organismo é captada por um microfone. A segunda etapa é mais simples. O fonoaudiólogo, com chocalhos ou outros objetos, faz alguns ruídos próximo à cabeça da criança.
Belo Horizonte
Mesmo com o programa ainda em fase de implantação, a experiência de Belo Horizonte já é considerada bem sucedida e deverá ser copiada em outros municípios. Na capital, a triagem é realizada desde setembro em seis maternidades. No primeiro mês foram agendados 1.043 testes. O processo se inicia, entretanto, nos postos de saúde.
Segundo Gabriela, no mesmo dia em que o bebê realiza no posto outros exames neonatais, como o teste do pezinho, a mãe agenda o TAN, que será realizado em uma das maternidades credenciadas. Além de agilizar o processo, o fato de a marcação ser feita em um posto gera credibilidade. São locais em que as pessoas confiam, estão acostumadas. Dificilmente não levarão os bebês para realizar um exame marcado em um posto de saúde.
A coordenadora do programa de Triagem Auditiva Neonatal do Hospital Odilon Behrens, Luciana Oliveira Tiensolli, explica que em casos de respostas insatisfatórias dos testes outro exame precisa ser feito em um prazo de 15 dias. Na capital, a reavaliação dos exames é feita no serviço de Triagem Auditiva Neonatal do Hospital Odilon Behrens. Quando há recomendações de uso de aparelhos de amplificação sonora individual, os casos são submetidos a uma junta reguladora de saúde auditiva da Secretaria Municipal de Saúde de BH.
Os serviços de referência credenciados em Belo Horizonte são a Maternidade Odete Valadares e Hospital Júlia Kubitschek, ambos da rede Fhemig, o Hospital Municipal Odilon Behrens, Santa Casa de Misericórdia, Hospital das Clínicas/UFMG e Hospital Sofia Feldman.

COMPARTILHAR: