Minas Gerais contabilizou este ano o menor índice de eleitorado jovem dos últimos 20 anos. São 315.941eleitores com idade entre 16 e 17 anos no estado cadastrados para votar na sucessão das prefeituras dos 853 municípios, o correspondente a 2,24% do total de 14.070.606 cadastrados no estado. Em 1989, essa faixa etária, que não tem obrigação por norma constitucional, mas já pode requerer à Justiça Eleitoral o título para votar, correspondia a 4,44%, sendo 420.060 eleitores de um total de 9.433.103. Para especialistas, antes de essa ser uma questão meramente demográfica (resultado da redução da população na faixa de 16 e 17 anos), trata-se de um retrato do desinteresse da juventude pela política.
O percentual vem oscilando, conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e a queda foi maior a partir de 1992. Daquele ano para 1994, o percentual de eleitores com 16 e 17 anos passou de 3,84% para 2,21%. Em 2000 e 2004, quando foram realizadas eleições municipais, os índices foram respectivamente de 2,92% e 2,93%. O número de jovens eleitores também diminuiu em Belo Horizonte da última eleição para esta. Em 2004, foram contabilizados 21.241 cadastrados, 1,26% do total, e esse número caiu este ano para 15.660 ou 0,89%.
O estudante Rogério Eluisio de Carvalho Júnior, de 16 anos, é um dos que completaram a idade mínima para votar este ano, mas preferiu ficar alheio ao processo. Aluno do 1º ano do ensino médio no Colégio Tiradentes, ele não se interessa por política e não se sente preparado para interferir no resultado das eleições. ?Não sou obrigado e prefiro não votar a votar errado e atrasar a cidade mais quatro anos, colocando gente errada no governo.? Rogério diz que nem os incentivos da família e da escola o convenceram a tirar o título de eleitor. ?Já fiquei sabendo da importância de votar, mas não me sinto preparado. Falta saber identificar as propostas e o que cada um pode fazer e não tenho muito interesse nisso.?

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