O Ministério Público Federal (MPF) de Passos, no Sudoeste do estado, denunciou nesta terça-feira 29 pessoas envolvidas no esquema de adulteração do leite, desbaratado pela Operação Ouro Branco da Polícia Federal, em outubro de 2007. Entre os denunciados, diretores e empregados da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), além de funcionários do Ministério da Agricultura.
O grupo é acusado de adicionar substâncias químicas proibidas ou em dosagem superior ao permitido no leite, como o peróxido de hidrogênio e a soda cáustica. Com isso, o produto tinha seu volume e prazo de validade ampliados. A Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Copervale), de Uberaba, no Triângulo Mineiro, também estava envolvida no esquema. O MPF da cidade denunciou 18 membros dessa cooperativa em maio deste ano.
Os denunciados devem responder na Justiça por crimes contra a saúde pública, relações de consumo, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Na denúncia, cada acusado tem sua participação no esquema detalhada. Caso sejam condenados, os envolvidos podem receber penas que variam de oito a 24 anos de prisão.
odos os diretores que estavam à frente da Casmil quando o esquema foi descoberto foram denunciados. Também foram incluídos os empregados que adicionavam as substâncias, o engenheiro químico responsável pela fórmula e três funcionários do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que teriam recebido propina para acobertar o crime.
A denúncia, feita pela procuradora da República Flávia Nóbrega, vai tramitar na Justiça Federal de Passos. O MPF pediu à Justiça o benefício da delação premiada para alguns dos denunciados, que ajudaram nas investigações da Polícia Federal.
Na sua peça, a procuradora relata que o leite também era adulterado nos caminhões-tanque, além da fraude feita nos silos da Casmil. ?Quando o leite obtido junto ao produtor já se revelava de má qualidade ou com percentual elevado de acidez, também ocorria a adição das substâncias pelos motoristas?, aponta a denúncia.

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