O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (3) a abertura de uma investigação para apurar a conduta do senador Marcos do Val (Podemos-ES).

Moraes afirma que, ao depôr na Polícia Federal (PF) na noite desta quinta (2), o senador apresentou uma quarta versão dos fatos que ele começou a divulgar na madrugada do mesmo dia, em uma transmissão ao vivo em sua rede social. Diante disso, o ministro quer esclarecer se na mudança de versões o parlamentar cometeu os crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa, ou se sofreu coação no curso do processo. Todos os crimes estão previstos no Código Penal.

Inicialmente, o senador relatou que participou de uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro em que teria sido discutido um plano de golpe de Estado para reverter o resultado do pleito de 2022, que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva. O plano previa, entre outras coisas, gravar secretamente uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes para tentar afastá-lo da relatoria dos inquéritos que investigam aliados de Bolsonaro.

No entanto, nessa quinta, ao longo do dia, o parlamentar foi mudando as versões e entrou em contradição até sobre o local onde a suposta reunião teria acontecido. Em entrevistas à veículos de imprensa ele modificou detalhes importantes da história, como quem soube do plano e quem teve a ideia de executá-lo.

Ao determinar a abertura de investigação, o ministro Alexandre de Moraes ordenou ainda que a revista “Veja”, e os canais “CNN” e “GloboNews” encaminhem a íntegra das entrevistas concedidas pelo senador Marcos do Val no prazo máximo de cinco dias.

Moraes pediu ainda que a Meta, responsável pelo Instagram, encaminhe o inteiro teor da transmissão realizada pelo senador em seu perfil, também em até cinco dias.

 

Fonte: O Tempo

 

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