A renomada primatologista britânica Jane Goodall faleceu aos 91 anos, enquanto dormia, de causas naturais, durante uma turnê de palestras nos Estados Unidos. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Jane Goodall, fundado por ela em 1977.

Goodall revolucionou o estudo dos primatas ao observar de perto o comportamento dos chimpanzés na natureza. Suas descobertas em Gombe, na Tanzânia, iniciadas em 1960, revelaram que os chimpanzés fabricam e usam ferramentas, têm emoções complexas e formam vínculos sociais, desafiando a visão tradicional que separava humanos de outros animais. Sem formação acadêmica formal à época, ela ganhou reconhecimento mundial por sua abordagem inovadora e empática.

Entre os marcos de sua trajetória estão a primeira publicação na National Geographic em 1963, seu doutorado em etologia pela Universidade de Cambridge em 1965 e a criação do Gombe Stream Research Center, que mantém o estudo contínuo mais longo de primatas em habitat natural.

Além da ciência, Goodall tornou-se uma referência global na defesa da conservação ambiental. Após uma conferência em 1986, passou a dedicar sua vida ao ativismo, alertando sobre o desmatamento e o impacto humano na biodiversidade. Ela fundou programas de educação ambiental e, até os 80 anos, viajava pelo mundo promovendo sua mensagem. Durante a pandemia de Covid-19, continuou atuando virtualmente.

Nomeada Mensageira da Paz pela ONU em 2002, Goodall deixa um legado científico, ambiental e humanitário. O Instituto Jane Goodall destacou sua contribuição como etóloga e defensora incansável da natureza. Já as Nações Unidas afirmaram que ela “trabalhou incansavelmente pelo nosso planeta e por todos os seus habitantes”.

Em vida, Goodall esperava ser lembrada por inspirar os jovens a cuidar do planeta. “Fui à conferência como cientista. Saí como ativista”, afirmou, resumindo sua jornada.

Com informações da CNN Brasil

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