Maior artilheiro da história do Atlético, octacampeão mineiro, duas vezes vice-campeão brasileiro e diversas vezes artilheiro dos Campeonatos que disputou. O currículo de Reinaldo Lima é suficiente para ser tratado como um gênio e idolatrado por qualquer atleticano. Quiseram os deuses da bola dar apenas 13 anos de carreira para Reinaldo, aposentado aos 29 por complicações físicas. Hoje, Reinaldo é treinador de futebol. Até mês passado, comandou o Villa Nova, de Nova Lima. Mas nunca esquece de sua maior paixão, o Atlético, mesmo que seja para falar de desamor. Na primeira parte desta entrevista exclusiva, Reinaldo repercute uma outra entrevista, publicada pela revista Placar recentemente, na qual ele diz ter sido esquecido pelo Atlético e sua torcida. O artilheiro também comenta outros dois vice-campeonatos brasileiros do Galo, quando atuava como jogador.
Confira a 1ª parte da entrevista:
Nova Imprensa:
Sua entrevista para a Revista Placar gerou muita polêmica. Nela, você disse que foi esquecido pelo Atlético e pela torcida.
Reinaldo: Olha, vou contar o que realmente acontece. É o seguinte, fui candidato a vereador, acabei não sendo eleito e não tendo uma quantidade de votos expressiva, coisa que eu não esperava da torcida do Atlético. Eu fiquei muito chateado com isso.
NI: Mas você se sente desvalorizado pelo clube e pelos torcedores?
Reinaldo: O que eu falei na entrevista é que não tenho nenhum relacionamento com o Atlético, é uma coisa muito fria, distante, e o que senti é que não era bem tratado pelo clube. Até porque cinco, seis anos atrás, começaram a surgir dores no meu corpo. Dores de articulação, dores no joelho, no tornozelo. Procurei o Atlético para fazer um tratamento lá, até por serem sequelas dos tratamentos que tive na época de jogador, quando jogava no clube, mas não quiseram me ajudar.
NI: Você acredita que se tornou uma espécie de ?inimigo? da diretoria do clube?
Reinaldo: Não, não sou um inimigo da diretoria, tenho um bom relacionamento com o presidente [Kalil], com a Adriana Branco [diretora executiva]. São os dois que eu conheço mais lá. Quando o Atlético esteve mal, sempre fui um crítico, agora que ele está bem, fico feliz.
NI: Como é sua relação com Alexandre Kalil?
Reinaldo: É tranquila, uma relação amistosa, nada mais que isso.
NI: O que faltou nos times de 77 e 80 para ser campeão brasileiro?
Reinaldo: Em 77, faltou eu jogar a final. Fiz gol em todos os jogos, acredito que faria também no jogo final contra o São Paulo. Em 80 faltou que o Flamengo nunca tinha ganhado nenhum título, e eles não perderiam título jogando no Maracanã não. Mas também tiveram mérito, mereceram.

* Na próxima semana, na 2ª parte da entrevista, Reinaldo fala sobre sua relação com a política.

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